segunda-feira, 7 de maio de 2012


‘Estai de Pé, Completos e com Firme Convicção’

A Tradução do Novo Mundo é apreciada por milhões em todo o mundo

ELA exigiu 12 anos, 3 meses e 11 dias de trabalho árduo. Em 13 de março de 1960, porém, completou-se a última parte do texto de uma nova tradução da Bíblia. Ela foi chamada de Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.

Um ano mais tarde, as Testemunhas de Jeová publicaram esta tradução num único volume. Aquela edição, em 1961, teve uma tiragem de um milhão de exemplares. Hoje, o número de exemplares impressos ultrapassa cem milhões, tornando a Tradução do Novo Mundo uma das Bíblias mais amplamente distribuídas. O que, porém, induziu as Testemunhas a preparar esta tradução?

Por que fazer uma nova tradução da Bíblia?

Para entender e proclamar a mensagem das Escrituras Sagradas, as Testemunhas de Jeová no decorrer dos anos têm usado muitas traduções diferentes da Bíblia. Embora estas traduções tenham seu mérito, muitas vezes são influenciadas por tradições religiosas e por crenças da cristandade. (Mateus 15:6) Por isso, as Testemunhas de Jeová reconheceram a necessidade de haver uma tradução da Bíblia que apresentasse fielmente o que está contido nos inspirados escritos originais.

O primeiro passo para satisfazer esta necessidade foi dado em outubro de 1946, quando Nathan H. Knorr, membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, propôs a produção de uma nova tradução da Bíblia. Em 2 de dezembro de 1947, a Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia empreendeu preparar uma tradução que fosse fiel ao texto original, que incluísse achados eruditos extraídos de recém-descobertos manuscritos bíblicos e que usasse uma linguagem facilmente compreendida pelos leitores atuais.
Com a publicação do primeiro volume em 1950 — a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs — tornou-se evidente que os tradutores tinham alcançado seu objetivo. Textos bíblicos antes apenas vagamente entendidos tornaram-se vividamente claros. Por exemplo, considere o texto difícil de entender em Mateus 5:3: “Bem-aventurados os pobres de espírito.” (Almeida) Este foi traduzido: “Felizes os cônscios de sua necessidade espiritual.” A admoestação do apóstolo Paulo vertida “não tenhais cuidado de coisa alguma” (Figueiredo) foi traduzida: “Não estejais ansiosos de coisa alguma.” (Filipenses 4:6) E a referência dos discípulos de Jesus ao ‘sinal da sua vinda’ (Almeida) foi vertida “o sinal da tua presença”. (Mateus 24:3) É evidente que a Tradução do Novo Mundo abriu um novo mundo de entendimento.
Diversos eruditos ficaram impressionados. Por exemplo, o erudito bíblico britânico Alexander Thomson observou que a Tradução do Novo Mundo é notável na tradução exata do tempo presente do grego. Para ilustrar isso: Efésios 5:25 reza: “Maridos, continuai a amar as vossas esposas”, em vez de dizer apenas: “Maridos, amai as vossas mulheres.” (Matos Soares) “Nenhuma outra versão parece ter demonstrado esta particularidade notável com tal plenitude e freqüência”, disse Thomson a respeito da Tradução do Novo Mundo.

Outra particularidade notável da Tradução do Novo Mundo é o uso do nome pessoal de Deus, Jeová, tanto na parte hebraica como na parte grega das Escrituras. Visto que o nome hebraico de Deus ocorre quase 7.000 vezes no chamado Velho (ou Antigo) Testamento, é evidente que nosso Criador quer que seus adoradores usem o nome dele e o conheçam como pessoa. (Êxodo 34:6, 7) A Tradução do Novo Mundo tem ajudado milhões de pessoas a fazer isso.

A Tradução do Novo Mundo em muitas línguas

Desde que ela foi publicada em inglês, as Testemunhas de Jeová, em todo o mundo, têm ansiado receber a Tradução do Novo Mundo na sua língua nativa — e por bons motivos. Em alguns países era difícil conseguir traduções nas línguas locais, porque os representantes das Sociedades Bíblicas que as distribuíam não gostavam de ver seus estoques de Bíblias acabar nas mãos das Testemunhas de Jeová. Além disso, essas Bíblias vernáculas muitas vezes escondem ensinos vitais. Um exemplo típico é uma versão numa língua do sul da Europa, que oculta uma referência importante ao nome de Deus por substituir as palavras de Jesus, “santificado seja o teu nome”, por “sejas tu honrado por pessoas”. — Mateus 6:9.

Já em 1961, tradutores começaram a verter o texto inglês da Tradução do Novo Mundo em outras línguas. Apenas dois anos mais tarde, a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs estava pronta em mais seis línguas. Então, 3 de cada 4 Testemunhas em todo o mundo podiam ler esta Bíblia na sua própria língua. Todavia, muito mais trabalho estaria envolvido se as Testemunhas de Jeová haviam de colocar um exemplar desta Bíblia nas mãos de muitos milhões de pessoas.

Em 1989, chegou-se mais perto deste objetivo com o estabelecimento de Serviços de Tradução na sede mundial das Testemunhas de Jeová. Este departamento desenvolveu um método de tradução que combinava o estudo de palavras bíblicas com a informática. O uso deste sistema possibilitou traduzir as Escrituras Gregas Cristãs para diversas outras línguas em um ano, e as Escrituras Hebraicas em dois anos — uma fração do tempo normalmente necessário para um projeto de tradução da Bíblia. Desde que se desenvolveu este método, traduziram-se do inglês e lançaram-se 29 edições da Tradução do Novo Mundo em línguas faladas por mais de dois bilhões de pessoas. Agora está em andamento a tradução para mais 12 línguas. Até o momento, a Tradução do Novo Mundo em inglês foi traduzida, inteira ou em parte, para 41 línguas.

Já se passaram mais de 50 anos desde o lançamento da primeira parte da Tradução do Novo Mundo, em 3 de agosto de 1950, na Assembléia do Aumento da Teocracia, das Testemunhas de Jeová, na cidade de Nova York. Naquela ocasião, Nathan H. Knorr exortou os congressistas: “Levem esta tradução. Leiam-na do começo ao fim, o que lhes dará prazer. Estudem-na, pois ajudará a melhorar seu entendimento da Palavra de Deus. Distribuam-na.” Incentivamos você a ler a Bíblia diariamente, porque a mensagem dela pode ajudá-lo a ‘estar de pé, completo e com firme convicção em toda a vontade de Deus’. — Colossenses 4:12.


A Tradução do Novo Mundo, lançada primeiro em inglês, está agora disponível inteira ou em parte em 41 línguas adicionais

                Escrituras Gregas Cristãs     A Bíblia inteira
1950                        1
1960-69                  6                         5
1970-79                  4                         2
1980-89                 2                          2
1990                      29                        19


Marco histórico para os que amam a Palavra de Deus

Em 1998, atingiu-se um marco histórico significativo para todos os que amam a Palavra de Deus. Naquele ano, imprimiu-se o centésimo milionésimo exemplar da “Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas”. De modo que ela se tornou uma das mais amplamente distribuídas Bíblias produzidas neste século!

ESTA façanha é especialmente notável quando se leva em conta que, quando esta tradução foi lançada, ela sofreu severas críticas. No entanto, ela não somente sobreviveu, mas foi bem-sucedida, entrando em milhões de lares — e corações — em todo o mundo! Qual é a origem desta tradução ímpar? Quem a promove? E que proveito pode você tirar do seu uso?

Por que uma tradução nova?

Por mais de cem anos, a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos EUA), pessoa jurídica que representa as Testemunhas de Jeová, tem distribuído Bíblias. No entanto, por que as Testemunhas de Jeová acharam necessário produzir outra versão da Palavra de Deus? O livro So Many Versions? (Tantas Versões?), de Sakae Kubo e Walter Specht, menciona: “Nenhuma tradução da Bíblia jamais pode ser considerada como final. As traduções precisam manter-se em dia com os avanços da erudição bíblica e as mudanças das línguas.”

Este século tem presenciado um notável aumento no entendimento das línguas hebraica, grega e aramaica — nas quais a Bíblia foi originalmente escrita. Também se descobriram manuscritos bíblicos mais antigos e mais exatos do que os usados por anteriores gerações de tradutores da Bíblia. De modo que a Palavra de Deus pode ser vertida com mais exatidão hoje do que antes! Por isso, foi com bons motivos que se constituiu a Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia para empreender a tradução da Bíblia nas línguas da atualidade.

Em 1950 publicou-se a versão inglesa da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs. O próprio título dela era bem diferente da tradição, rejeitando a designação da Bíblia como tratando-se de testamentos “Velho” e “Novo”. Na década que se seguiu, publicaram-se as Escrituras Hebraicas em partes. Em 1961 lançou-se a Bíblia completa, em inglês, em um só volume.

Quem é que traduziu esta notável Bíblia? A Sentinela (em inglês) de 15 de setembro de 1950 (em português: 1.° de julho de 1951) disse: “Os homens que formam a comissão de tradução indicaram seu desejo . . . de que permaneçam anônimos, e especificamente não querem que seus nomes sejam publicados nem enquanto vivem nem depois da sua morte. A tradução tem por fim exaltar o nome do Deus verdadeiro e vivo.” Alguns críticos fizeram a acusação de que a obra devia ser sumariamente rejeitada como produto de amadores, mas nem todos adotaram tal postura desarrazoada. Alan S. Duthie escreve: “Será que sabermos quem são os tradutores ou os editores de determinada tradução da Bíblia nos ajuda a decidir se esta tradução é boa ou má? Não diretamente. Não há substituto para o exame das características de cada tradução.”

Particularidades únicas

Milhões de leitores fizeram exatamente isso e descobriram que a Tradução do Novo Mundo não é somente fácil de ler, mas também escrupulosamente exata. Seus tradutores trabalharam à base das línguas originais, a hebraica, a aramaica e a grega, usando os melhores textos disponíveis. Exerceu-se também um cuidado incomum para verter o texto antigo o mais literalmente possível, mas numa linguagem que pudesse ser prontamente entendida. Por conseguinte, alguns eruditos louvaram esta tradução pela sua integridade e sua exatidão. Por exemplo, o periódico Andover Newton Quarterly, de janeiro de 1963, disse: “A tradução do Novo Testamento é evidência da presença, no movimento, de peritos habilitados a lidar de forma inteligente com os muitos problemas da tradução bíblica.”

Os tradutores abriram um novo mundo de entendimento da Bíblia. Textos bíblicos que antes haviam sido apenas pouco entendidos tornaram-se dramaticamente claros. Por exemplo, o texto de Mateus 5:3, que causava perplexidade, “bem-aventurados os pobres de espírito” (Figueiredo), foi traduzido dum modo que faz sentido: “Felizes os cônscios de sua necessidade espiritual.” A Tradução do Novo Mundo também é bastante coerente e uniforme na sua tradução de termos-chave. A palavra grega psy‧khé, por exemplo, foi traduzida “alma” em cada uma das suas ocorrências. Em resultado disso, os leitores podem prontamente discernir que, contrário a teorias religiosas, a alma não é imortal! — Mateus 2:20; Marcos 3:4; Lucas 6:9; 17:33.

Restaurou-se o nome de Deus

Um aspecto notável da Tradução do Novo Mundo envolve a restauração do nome de Deus, Jeová. Nos exemplares antigos da Bíblia hebraica, o nome divino é representado por quatro consoantes que podem ser transliteradas como YHWH ou JHVH. Este nome distintivo ocorre cerca de 7.000 vezes só no chamado Velho (ou Antigo) Testamento. (Êxodo 3:15; Salmo 83:18) É evidente que o nosso Criador quer que seus adoradores tanto conheçam como usem este nome!

No entanto, temores supersticiosos induziram o povo judeu a deixar de usar o nome divino. Após a morte dos apóstolos de Jesus, copistas das Escrituras Gregas começaram a substituir o nome próprio de Deus pelas palavras gregas Ký‧ri‧os (Senhor) ou The‧ós (Deus). É lamentável que tradutores nos tempos modernos tenham perpetuado esta tradição que desonra a Deus, eliminando o nome de Deus da maioria das Bíblias e até mesmo ocultando que Deus tem um nome. Por exemplo, em João 17:6 se encontram as palavras de Jesus: “Tenho feito manifesto o teu nome.” No entanto, A Bíblia na Linguagem de Hoje verte isso: “Eu mostrei quem tu és.”

Alguns eruditos defendem a eliminação do nome divino por não se saber a sua pronúncia exata. No entanto, nomes bíblicos conhecidos, tais como Jeremias, Isaías e Jesus, são rotineiramente vertidos numa forma que tem pouca semelhança com a sua pronúncia hebraica original. Visto que a forma Jeová é um modo legítimo de se verter o nome divino — e conhecida por muitas pessoas — as objeções ao seu uso não parecem válidas.

A Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia adotou a medida ousada de usar o nome Jeová tanto na parte hebraica como na grega das Escrituras. Ela tinha para isso um precedente em anteriores traduções missionárias para povos na América Central, no Pacífico Sul e no Oriente. No entanto, tal uso do nome de Deus não é apenas de interesse acadêmico. Saber o nome de Deus é decisivo para se chegar a conhecê-lo como pessoa. (Êxodo 34:6, 7) A Tradução do Novo Mundo tem incentivado milhões de leitores a usar o nome dele!

Ao alcance de leitores que não lêem o inglês

Entre 1963 e 1989, a Tradução do Novo Mundo, inteira ou em parte, ficou disponível em mais dez línguas. No entanto, o trabalho de tradução era laborioso, alguns projetos levando 20 anos ou mais para terminar. Então, em 1989, estabeleceu-se na sede mundial das Testemunhas de Jeová o Departamento de Serviços de Tradução. Sob a direção da Comissão de Redação do Corpo Governante, este departamento passou a acelerar a tradução da Bíblia. Desenvolveu-se um método de tradução que combinava o estudo de palavras bíblicas com a tecnologia dos computadores. Como funciona este sistema?

Uma vez que a Comissão de Redação aprova a tradução da Bíblia numa nova língua, ela designa um grupo de cristãos dedicados para servir de equipe de tradução. As equipes podem produzir traduções mais equilibradas do que alguém trabalhando sozinho. (Note Provérbios 11:14.) Em geral, cada membro da equipe já tem experiência de traduzir publicações da Sociedade. A equipe recebe então um treinamento cabal nos princípios da tradução da Bíblia e no uso de programas de computador especialmente desenvolvidos. O computador não faz a própria tradução, mas pode dar à equipe acesso a informações importantes e ajudá-la a ter as suas decisões à disposição para pronta consulta.

O projeto da tradução da Bíblia tem dois estágios. No primeiro estágio, os tradutores recebem uma lista de palavras e de expressões usadas na Tradução do Novo Mundo em inglês. Termos ingleses relacionados, tais como os significando “expiar”, “expiação” e “propiciação”, são agrupados, alertando os tradutores a nuanças sutis de sentido. Estes compilam uma lista de equivalentes vernáculos. Às vezes, porém, o tradutor pode ter dificuldade em traduzir certo versículo. O sistema de pesquisa do computador fornece ao tradutor informações sobre os termos gregos e hebraicos e dá acesso às publicações da Torre de Vigia.

Quando o projeto passa para o segundo estágio, os termos vernáculos escolhidos são automaticamente inseridos no texto bíblico. Isto aumenta bastante a exatidão e a coerência da tradução. No entanto, o texto resultante desta operação de ‘procurar e substituir’ não é fácil de ler. Requer bastante trabalho para editar e refrasear os versículos bíblicos para que sejam fáceis de ler.

Este sistema de tradução mostrou-se notavelmente eficaz. Um grupo conseguiu traduzir todas as Escrituras Hebraicas em apenas dois anos. Compare isso com outro grupo que trabalhou numa língua relacionada sem o apoio do computador. Levaram 16 anos para isso. Até o momento, as Escrituras Gregas Cristãs já foram impressas em mais 18 línguas desde 1989. A Tradução do Novo Mundo está agora disponível, inteira ou em parte, em 34 línguas. De modo que mais de 80 por cento das Testemunhas de Jeová têm pelo menos as Escrituras Gregas Cristãs à disposição na sua língua.

As Sociedades Bíblicas Unidas relatam que partes da Bíblia estão disponíveis em apenas 2.212 dos 6.500 idiomas do mundo. Por isso, uns 100 tradutores estão trabalhando para produzir a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Hebraicas e Gregas em 11 e 8 línguas respectivamente. É da vontade de Deus que “toda sorte de homens sejam salvos e venham a ter um conhecimento exato da verdade”. (1 Timóteo 2:4) Sem dúvida, a Tradução do Novo Mundo continuará a desempenhar um grande papel neste respeito.
Alegra-nos, portanto, saber que esta tradução já ultrapassou o marco de 100 milhões de exemplares e oramos para que muitos outros milhões sejam produzidos no futuro. Exortamos você a examiná-la por si mesmo. Gostará de diversas particularidades especiais: tipo bem legível, cabeçalhos nas páginas, um índice que pode ajudá-lo a encontrar versículos conhecidos, mapas pormenorizados e informações fascinantes nos apêndices. O que é mais importante é que você pode ler esta Bíblia com a confiança de que ela lhe transmite com exatidão na sua língua as próprias declarações de Deus.

Notas

É interessante que a sobrecapa da Edição com Referências de 1971 da New American Standard Bible declara similarmente: “Não usamos o nome de nenhum erudito para referência ou recomendação, porque cremos que a Palavra de Deus deve destacar-se pelo seu próprio mérito.”

The New Testament in the Original Greek, de Westcott e Hort, serviu como texto grego básico. A Biblia Hebraica de R. Kittel foi o texto básico para as Escrituras Hebraicas.

Visto que muitas pessoas são bilíngües, acredita-se que a Bíblia, inteira ou em parte, foi traduzida em línguas suficientes para ser lida por mais de 90 por cento da população da Terra.


“A tradução do Novo Testamento é evidência da presença, no movimento, de peritos habilitados a lidar de forma inteligente com os muitos problemas da tradução bíblica.” — ANDOVER NEWTON QUARTERLY, JANEIRO DE 1963.


“As traduções precisam manter-se em dia com os avanços da erudição bíblica e as mudanças das línguas”

ERUDITOS ELOGIAM A TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO

  REFERENTE à Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs, Edgar J. Goodspeed, tradutor do “Novo Testamento” grego na versão An American Translation, escreveu numa carta de 8 de dezembro de 1950: “Estou interessado na obra missionária realizada por seu pessoal, e no seu alcance mundial, e agrada-me muito a tradução livre, franca e vigorosa. Ela exibe uma ampla gama de erudição séria e sólida, conforme posso atestar.”

  Alexander Thomson, perito em hebraico e grego, escreveu: “A tradução é evidentemente obra de eruditos peritos e talentosos, que procuraram ressaltar o verdadeiro sentido do texto grego tanto quanto a língua inglesa seja capaz de expressar.” — The Differentiator, abril de 1952, páginas 52-7.

  O professor Benjamin Kedar, hebraísta em Israel, disse em 1989: “Em minha pesquisa lingüística relacionada com a Bíblia Hebraica e suas traduções, não raro eu consulto a edição em inglês do que é conhecido como ‘Tradução do Novo Mundo’. Ao fazer isso, confirmo repetidamente meu conceito de que essa obra reflete um esforço honesto de obter uma compreensão do texto tão precisa quanto é possível.”


 A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas em inglês.


Esta foi publicada em seis volumes, lançados de 1950 a 1960, a começar com as Escrituras Gregas Cristãs. Desde 1963, ela foi traduzida em mais 27 línguas, com outras em andamento. Os objetivos para as outras línguas têm sido os mesmos que para o inglês. Primeiro, a tradução devia ser exata, o mais de perto possível aos pensamentos originais. O sentido não devia tender para determinado entendimento doutrinal. Segundo, devia-se manter a coerência, apegando-se a uma só maneira de traduzir cada palavra principal, tanto quanto o contexto o permitia razoavelmente. Deste modo se ajuda os leitores a ver como os escritores da Bíblia usavam determinadas palavras. Terceiro, a tradução devia ser o mais literal possível, sem obscurecer o sentido. A literalidade dá ao leitor melhor acesso ao sabor das línguas originais e às idéias associadas. E quarto, devia ser de leitura e entendimento fácil para pessoas comuns.

O estilo um tanto literal da Tradução do Novo Mundo em inglês facilita sua tradução para outras línguas. Para este fim, as equipes de tradução da Sociedade usam atualmente avançados instrumentos computadorizados para acelerar seu trabalho e para torná-lo mais exato. Este sistema ajuda os tradutores a compilar listas de equivalentes vernáculos de cada palavra principal. Habilita-os também a estudar a tradução inglesa de cada palavra hebraica e grega na Bíblia.

Traduzir do inglês em vez de trabalhar diretamente à base do hebraico e do grego oferece importantes vantagens. Além de diminuir o tempo da tradução, possibilita maior unidade de expressão em todas as línguas. Por quê? Porque é muito mais fácil traduzir com exatidão duma única língua moderna para outra, do que traduzir duma língua antiga para diversas modernas. Afinal, os tradutores podem consultar os nativos que falam as línguas modernas, mas não os de línguas faladas há milhares de anos.


A produção da Tradução do Novo Mundo

Foi em princípios de outubro de 1946 que Nathan H. Knorr, então presidente da Sociedade Torre de Vigia, propôs que a Sociedade produzisse uma tradução inteiramente nova das Escrituras Gregas Cristãs. O serviço de tradução começou em 2 de dezembro de 1947. O texto completo foi cuidadosamente revisto pela inteira comissão de tradução, todos eles cristãos ungidos pelo espírito. Daí, em 3 de setembro de 1949, o irmão Knorr convocou uma reunião conjunta dos quadros de diretores das corporações da Sociedade de Nova Iorque e de Pensilvânia. Anunciou-lhes que a Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia havia terminado o trabalho de tradução em linguagem moderna das Escrituras Gregas Cristãs e a havia entregue à Sociedade para publicação. Era uma tradução inteiramente nova baseada no grego original.
Havia realmente necessidade de mais uma tradução? Já naquele tempo, a Bíblia completa havia sido publicada em 190 línguas e, pelo menos em parte, havia sido traduzida em outras 928 línguas e dialetos. As Testemunhas de Jeová usaram em vários períodos a maioria dessas traduções. Mas o fato é que a maioria delas foi feita por clérigos e missionários das seitas religiosas da cristandade, e, em maior ou menor grau, suas traduções foram influenciadas pelas filosofias pagãs e tradições não-bíblicas que seus sistemas religiosos herdaram do passado, bem como pelos preconceitos da alta crítica. Ademais, manuscritos bíblicos mais antigos e mais confiáveis tornavam-se disponíveis. O entendimento da língua grega do primeiro século tornava-se mais claro em resultado de descobertas arqueológicas. Também, as línguas para as quais as traduções são feitas sofrem mudanças ao longo dos anos.

As Testemunhas de Jeová desejavam uma tradução que incorporasse os benefícios da mais recente erudição, que não fosse influenciada pelos credos e tradições da cristandade, uma tradução literal que apresentasse fielmente o que consta nos escritos originais, podendo assim fornecer a base para contínuo crescimento no conhecimento da verdade divina, uma tradução que fosse clara e compreensível aos leitores de hoje. A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs, lançada em inglês em 1950, preencheu essa necessidade — pelo menos para esta parte da Bíblia. À medida que as Testemunhas de Jeová começavam a usá-la, muitos se emocionavam, não só porque achavam a linguagem moderna mais fácil de ler, mas também porque se davam conta de que estavam obtendo um entendimento mais claro do sentido da Palavra inspirada de Deus.

Uma das características notáveis dessa tradução é ter ela restaurado o nome divino, o nome pessoal de Deus, Jeová, 237 vezes nas Escrituras Gregas Cristãs. Não foi a primeira tradução a restaurar o nome. Mas talvez tenha sido a primeira a fazer isso coerentemente no texto principal, de Mateus a Revelação (Apocalipse). Uma análise extensa desse assunto no prefácio mostrava a base sólida para o que foi feito.
Depois disso, as Escrituras Hebraicas foram traduzidas para o inglês e lançadas progressivamente, em cinco diferentes volumes, a partir de 1953. Como se fizera com as Escrituras Gregas Cristãs, teve-se o cuidado de transmitir tão literalmente quanto possível o que estava no texto da língua original. Deu-se atenção especial a tornar uniforme a tradução, transmitindo com exatidão a ação ou o estado expresso nos verbos, e usando linguagem simples que seria prontamente compreendida por leitores da atualidade. Sempre que o Tetragrama aparecia no texto hebraico, era apropriadamente traduzido como o nome pessoal de Deus, em vez de ser substituído por algum outro termo, como se tornara comum em muitas outras traduções. Apêndices e notas de rodapé nesses volumes possibilitaram que estudantes atentos examinassem a base para as formas de tradução usadas.

Em 13 de março de 1960, a Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia terminou sua leitura final do texto da parte da Bíblia que estava programada para o quinto volume. Isto foi 12 anos, 3 meses e 11 dias depois de ter começado a tradução das Escrituras Gregas Cristãs. Alguns meses depois, esse volume final das Escrituras Hebraicas, impresso, foi lançado para distribuição.

Em vez de se dissolver depois de terminado o projeto, a comissão de tradução continuou a trabalhar. Fez-se um amplo reexame da inteira tradução. Daí, a completa Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, uma edição revisada em um único volume, foi publicada pela Sociedade Torre de Vigia (em inglês) em 1961. Foi colocada à disposição por apenas um dólar, de modo que todos, independentemente de sua situação econômica, pudessem obter um exemplar da Palavra de Deus.

Dois anos mais tarde foi publicada uma edição especial para estudantes da Bíblia. Esta juntava sob uma única capa todos os volumes originais, não revisados, com suas milhares de valiosas notas de rodapé textuais, bem como os prefácios e apêndices. Reteve também as valiosas referências cruzadas que dirigiam os leitores a palavras paralelas, pensamentos ou eventos paralelos, dados biográficos, detalhes geográficos, cumprimentos de profecias, e citações, ou fontes de citações, em outras partes da Bíblia.

Desde que foi publicada a edição de 1961 em um volume, quatro outras revisões foram lançadas. A mais recente foi em 1984, quando foi publicada uma edição em tipos grandes, com um extenso apêndice, 125.000 referências marginais, 11.400 notas de rodapé esclarecedoras e uma concordância. As particularidades dessa edição ajudam os estudantes a entender por que determinados textos têm de ser traduzidos de certa maneira para ser exatos, bem como quando outros textos podem ser corretamente traduzidos de mais de uma maneira. As referências cruzadas também os ajudam a apreciar a entrelaçadora harmonia entre os vários livros bíblicos.

Como parte do sincero empenho da Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia de ajudar os amantes da Palavra de Deus a se familiarizarem com o conteúdo do texto original em coiné (grego comum) das Escrituras Gregas Cristãs, a comissão produziu The Kingdom Interlinear Translation of the Greek Scriptures, uma tradução interlinear grego-inglês das Escrituras Gregas. Foi originalmente publicada pela Sociedade Torre de Vigia em 1969 e daí atualizada em 1985. Contém The New Testament in the Original Greek, compilado por B. F. Westcott e F. J. A. Hort. No lado direito da página aparece o texto em inglês da Tradução do Novo Mundo (a revisão de 1984 na edição atualizada). Mas, entre as linhas do texto grego, há outra tradução bem literal, palavra por palavra, do que o grego realmente diz segundo o sentido básico e forma gramatical de cada palavra. Isto faz com que até mesmo estudantes que não saibam ler grego possam descobrir o que realmente consta no texto grego original.

Iria esse trabalho da Tradução do Novo Mundo beneficiar apenas os que conhecem inglês? Em muitos lugares, os missionários da Torre de Vigia achavam difícil obter suficientes Bíblias no idioma local para distribuir às pessoas que anelavam possuir um exemplar da Palavra de Deus. Não era incomum, em algumas partes do mundo, que esses missionários fossem os principais distribuidores de Bíblias impressas por outras sociedades bíblicas. Mas isso nem sempre era encarado com favor pelos religiosos que representavam essas sociedades bíblicas. Ademais, algumas dessas Bíblias não primavam pela boa tradução.

Tradução para outras línguas

No ano em que a edição completa da Tradução do Novo Mundo em inglês foi pela primeira vez publicada num único volume, ou seja, em 1961, foi reunido um grupo de tradutores peritos para traduzir o texto inglês para outros seis idiomas de largo uso — alemão, espanhol, francês, holandês, italiano e português. Traduzir a partir do inglês, suplementado com a comparação com o hebraico e o grego, foi possível por causa da natureza literal da própria tradução em inglês. Os tradutores trabalharam como comissão internacional em associação com a Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia, na sede da Sociedade em Brooklyn, Nova Iorque. Em 1963, as Escrituras Gregas Cristãs foram impressas e lançadas em todas essas seis línguas.

Em 1992, a completa Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas estava disponível em 12 idiomas — alemão, dinamarquês, eslovaco, espanhol, francês, holandês, inglês, italiano, japonês, português, sueco e tcheco. As Escrituras Gregas Cristãs estavam disponíveis em mais duas outras línguas. Isto significa que esta tradução estava disponível no idioma nativo de cerca de 1.400.000.000 de pessoas, mais de um quarto da população do mundo, e muitos mais se beneficiavam dela através da tradução de excertos em outros 97 idiomas em A Sentinela. Os usuários dessas 97 línguas, porém, estavam ansiosos de ter a Tradução do Novo Mundo completa em sua própria língua. Em 1992, já se faziam preparativos para produzir essa tradução em 16 desses idiomas e completar as Escrituras Hebraicas naquelas 2 línguas que tinham apenas as Escrituras Gregas Cristãs.

Visto que a publicação dessas Bíblias foi feita nas gráficas da própria Sociedade por voluntários, foi possível produzi-las a um custo mínimo. Em 1972, quando uma Testemunha de Jeová austríaca mostrou a um encadernador a Tradução do Novo Mundo em alemão e perguntou-lhe quanto achava que custaria, o homem ficou surpreso ao saber que a contribuição sugerida era apenas um décimo do preço que ele mencionara.

Alguns exemplos ilustram o impacto dessa tradução. Na França, a Igreja Católica por séculos proibiu que os leigos possuíssem a Bíblia. Traduções católicas que se tornaram disponíveis eram relativamente caras e poucas casas as tinham. A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs foi lançada em francês em 1963, seguida pela Bíblia completa em 1974. Em 1992, 2.437.711 exemplares da Tradução do Novo Mundo já haviam sido despachados para distribuição na França; e o número de Testemunhas de Jeová na França aumentou em 488 por cento durante esse mesmo período, atingindo o total de 119.674.

A situação era similar na Itália. As pessoas há muito estavam proibidas de possuir a Bíblia. Após o lançamento da edição em italiano da Tradução do Novo Mundo e até 1992, foram distribuídos 3.597.220 exemplares; a vasta maioria destes era a Bíblia completa. As pessoas queriam examinar por si mesmas o conteúdo da Palavra de Deus. E, curiosamente, nesse mesmo período, o número de Testemunhas de Jeová na Itália aumentou vertiginosamente — de 7.801 para 194.013.

Quando a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs ficou disponível em português, havia apenas 30.118 Testemunhas no Brasil e 1.798 em Portugal. Nos anos seguintes, até 1992, um total de 213.438 exemplares das Escrituras Gregas Cristãs e 4.153.738 exemplares da Bíblia completa em português foram enviados a pessoas e congregações nesses países. Com que resultados? No Brasil, acima de 11 vezes mais louvadores ativos de Jeová; e, em Portugal, 22 vezes mais. Dezenas de milhares de pessoas que jamais haviam possuído uma Bíblia alegraram-se de obter uma, e outros apreciaram ter uma Bíblia que usava palavras que podiam entender. Quando a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas — Com Referências ficou disponível no Brasil, a mídia destacou que era a mais completa versão (isto é, com maior número de referências cruzadas e notas de rodapé) disponível no país. Disse também que a impressão inicial foi dez vezes maior do que a da maioria das edições nacionais.

A edição em espanhol da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs também foi lançada em 1963, seguida em 1967 pela Bíblia completa. Foram publicados 527.451 exemplares das Escrituras Gregas Cristãs, e, depois disso, até 1992, um total de 17.445.782 exemplares da Bíblia completa em espanhol. Isto contribuiu para um notável aumento no número de louvadores de Jeová em países de língua espanhola. Assim, de 1963 a 1992, nos países de língua espanhola em que as Testemunhas de Jeová realizam seu ministério, seu número aumentou de 82.106 para 942.551. E nos Estados Unidos, em 1992, havia adicionais 130.224 Testemunhas de Jeová de língua espanhola.

Não foi apenas no domínio da cristandade que a Tradução do Novo Mundo foi recebida entusiasticamente. No primeiro ano da publicação da edição em japonês, a filial no Japão recebeu pedidos de meio milhão de exemplares.

Em 1992, a impressão da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, nas 12 línguas então disponíveis, somavam 70.105.258 exemplares. Além disso, 8.819.080 exemplares de partes da tradução haviam sido impressos.

A Bíblia torna-se disponível em muitas formas

A computadorização das operações da Sociedade Torre de Vigia, a partir de 1977, tem ajudado na produção da Bíblia, assim como em outros aspectos da atividade editora. Tem ajudado os tradutores a obter maior coerência na sua obra; também tem tornado mais fácil imprimir a Bíblia numa variedade de estilos.

Depois que se deu entrada do texto inteiro da Bíblia no computador, não foi difícil usar uma fotocompositora eletrônica para imprimir o texto numa variedade de tamanhos e formas. Primeiro, em 1981, saiu uma edição em tamanho comum em inglês com uma concordância e úteis apêndices. Foi a primeira impressão da Sociedade Torre de Vigia numa impressora off-set a bobina. Depois que os benefícios da revisão foram incorporados no texto armazenado no computador, foi lançada em inglês uma edição de tipos grandes, em 1984; esta incluía muitas valiosas particularidades para pesquisa. Uma edição de tamanho normal em inglês dessa mesma revisão também ficou disponível naquele ano; foram incluídas referências cruzadas e uma concordância, mas não notas de rodapé; e seu apêndice foi planejado para o ministério de campo em vez de para estudo mais profundo. Daí, para quem desejava uma edição de bolso bem pequena, esta foi publicada em inglês em 1987. Todas essas edições foram prontamente publicadas também em outras línguas.

Além disso, deu-se atenção a ajudar os que têm necessidades especiais. Para ajudar os que conseguem enxergar mas necessitam tipos bem grandes, em 1985 foi publicada em inglês a Tradução do Novo Mundo completa em quatro grandes volumes. Logo depois, essa mesma edição foi impressa em alemão, francês, espanhol e japonês. Antes disso, em 1983, a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs, em quatro volumes, foi colocada à disposição em braile inglês, grau dois. Depois de cinco anos, a Tradução do Novo Mundo completa havia sido produzida em braile inglês em 18 volumes.

Será que alguns seriam beneficiados se pudessem ouvir uma gravação da Bíblia? Certamente. Assim, a Sociedade Torre de Vigia empreendeu a produção disso também. A primeira fita cassete foi As Boas Novas Segundo João, em inglês, lançada em 1978. Com o tempo, a inteira Tradução do Novo Mundo em inglês ficou disponível em 75 fitas cassete. O que começou como pequeno projeto, logo virou um grande empreendimento. Rapidamente tornou-se disponível em outras línguas. Em 1992, a Tradução do Novo Mundo, toda ou em parte, estava disponível em fitas cassete em 14 idiomas. De início, algumas filiais contratavam os serviços de empresas de fora. Até 1992, com o seu próprio equipamento, a Sociedade Torre de Vigia havia produzido mais de 31.000.000 dessas fitas cassete.

Os benefícios das fitas cassete da Bíblia e os usos a que se destinaram excederam em muito as expectativas iniciais. Em todas as partes da Terra as pessoas usavam toca-fitas. Muitos que não sabem ler foram assim ajudados a beneficiar-se pessoalmente da Palavra sagrada de Deus. Mulheres podiam ouvir as fitas enquanto realizavam suas tarefas domésticas. Homens ouviam-nas no toca-fitas do carro ao irem ao trabalho. A habilidade de ensino das Testemunhas de Jeová individualmente se acentuou à medida que ouviam regularmente a Palavra de Deus e atentavam à pronúncia de nomes bíblicos e a como as passagens das Escrituras eram lidas.

Em 1992, várias edições da Tradução do Novo Mundo estavam sendo impressas nas impressoras da Sociedade na América do Norte e do Sul, na Europa e no Oriente. O total de 78.924.338 volumes havia sido produzido para distribuição. Só em Brooklyn, havia três enormes impressoras off-set a bobina, de alta velocidade, dedicadas quase inteiramente à produção de Bíblias. Juntas, essas impressoras podem produzir o equivalente a 7.900 Bíblias por hora, e às vezes é preciso operar em turnos extras.

Contudo, as Testemunhas de Jeová oferecem às pessoas mais do que a Bíblia, que pode simplesmente ser colocada na estante. Também oferecem a quem quer que se interesse pela Bíblia — quer adquira um exemplar das Testemunhas de Jeová, quer não — um estudo bíblico gratuito. Esses estudos não continuam indefinidamente. Alguns estudantes levam a sério o que aprendem, tornam-se Testemunhas batizadas e passam a participar em ensinar outros. Depois de alguns meses, se não for feito progresso razoável em aplicar o que se aprende, os estudos muitas vezes são descontinuados em favor de outras pessoas que estejam genuinamente interessadas. Em 1992, as Testemunhas de Jeová prestavam esse serviço de estudo bíblico gratuito a 4.278.127 pessoas ou famílias, em geral em base semanal.

Assim, de maneira não igualada por qualquer outra organização, as Testemunhas de Jeová são publicadores e distribuidores da Bíblia e instrutores da Palavra sagrada de Deus.


— Vantagens da “Tradução do Novo Mundo”

Consideração de sua linguagem moderna, uniformidade, cuidadosa tradução dos verbos e expressão dinâmica da inspirada Palavra de Deus.

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NOS anos recentes, foram publicadas várias traduções modernas da Bíblia que muito contribuíram para ajudar os amantes da Palavra de Deus a entender prontamente o sentido dos escritos originais. Entretanto, muitas traduções eliminaram o nome divino do registro sagrado. Por outro lado, a Tradução do Novo Mundo glorifica e honra o digno nome do Deus Altíssimo reintegrando-o em seu devido lugar no texto. O nome aparece agora em 6.973 lugares na seção das Escrituras Hebraicas, bem como em 237 lugares na seção das Escrituras Gregas, um total de 7.210 ocorrências. A forma Iavé é geralmente preferida pelos hebraístas, mas não é possível saber atualmente a pronúncia correta. Assim, a forma latinizada Jeová continua a ser empregada por estar em uso há séculos e por ser a forma mais comumente aceita da tradução em português do Tetragrama, ou nome hebraico composto das quatro letras יהוה. O hebraísta R. H. Pfeiffer observou: “O que quer que possa ser dito sobre a sua duvidosa origem, ‘Jehovah’ (Jeová) é, e deve continuar sendo, a tradução correta em inglês de Iavé.”

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 A Tradução do Novo Mundo não é a primeira versão a reintegrar o nome divino nas Escrituras Gregas Cristãs. A partir de pelo menos o século 14, muitos tradutores sentiram-se obrigados a reintegrar o nome de Deus no texto, especialmente nos lugares onde os escritores das Escrituras Gregas Cristãs citam textos das Escrituras Hebraicas que contêm o nome divino. Diversas traduções das Escrituras Gregas em linguagem moderna usadas por missionários, incluindo versões africanas, asiáticas, americanas e de ilhas do Pacífico, usam o nome Jeová liberalmente, assim como fazem algumas versões de língua européia. Sempre que consta o nome divino, não resta mais dúvida sobre que “senhor” é indicado. É o Senhor do céu e da terra, Jeová, cujo nome é santificado por ser mantido ímpar e distinto na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.

3 

A Tradução do Novo Mundo contribui adicionalmente para a santificação do nome de Jeová por apresentar Suas Escrituras inspiradas em linguagem clara e compreensível, que traz à mente do leitor o pleno significado intencionado. Usa linguagem simples e moderna, é tão uniforme quanto possível na versão de cada termo, transmite com exatidão a ação ou o estado expresso nos verbos hebraicos e gregos. Destes e de outros modos, a Tradução do Novo Mundo traz à luz, em linguagem moderna, tanto quanto possível, a força, a beleza e o sentido dos escritos originais.

TRADUZIDA EM LINGUAGEM MODERNA

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 As traduções mais antigas da Bíblia contêm muitas palavras obsoletas, pertencentes aos séculos 16 e 17. Embora não sejam compreendidas agora, eram prontamente entendidas então. Por exemplo, um dos homens que muito teve que ver com introduzi-las na Bíblia em inglês foi William Tyndale, que, segundo relatado, disse a um dos seus oponentes religiosos: ‘Se Deus me poupar a vida, farei com que, antes que se passem muitos anos, o rapaz que maneja o arado saiba mais sobre as Escrituras do que tu.’ A tradução que Tyndale fez das Escrituras Gregas era fácil o bastante para que um rapaz que manejasse o arado a entendesse no seu tempo. No entanto, atualmente muitas das palavras usadas por ele tornaram-se arcaicas, de modo que um “rapaz que maneja o arado” não mais pode captar claramente o sentido de muitas palavras na Rei Jaime e em outras versões mais antigas da Bíblia. Assim, tornou-se necessário retirar o véu da linguagem arcaica e restabelecer na Bíblia a linguagem simples falada pelo homem comum.

5 

A linguagem usada na escrita das Escrituras inspiradas foi a do homem comum. Os apóstolos e outros cristãos primitivos não usaram o grego clássico de filósofos tais como Platão. Usaram o grego cotidiano, o coiné ou comum. Portanto, as Escrituras Gregas, assim como as Escrituras Hebraicas anteriores a elas, foram escritas na linguagem do povo. É de suma importância, então, que as traduções das Escrituras originais também sejam feitas na linguagem do povo, de modo a serem prontamente entendidas. É por esta razão que a Tradução do Novo Mundo usa, não a linguagem arcaica de três ou quatro séculos atrás, mas a linguagem clara, expressiva e moderna, de modo que os leitores realmente cheguem a saber o que a Bíblia está dizendo.

6 

Para dar uma idéia da extensão das mudanças lingüísticas entre os séculos 17 e 20, note as seguintes comparações entre a Tradução do Novo Mundo e outras versões. “Sofreu”, na Versão Rei Jaime (em inglês), torna-se “permitiu” na Tradução do Novo Mundo (Gên. 31:7); “na cana”, segundo a Almeida e Trinitariana, torna-se “em flor” (Êxo. 9:31); “salvação da minha face”, na Almeida, torna-se “salvação da minha pessoa” (Sal. 43:5); “desquitada”, da antiga Soares, torna-se “desmamada” (Isa. 11:8); “praça”, segundo a Figueiredo, torna-se “açougue” (1 Cor. 10:25), e assim por diante. À base disso, o valor da Tradução do Novo Mundo pode ser bem apreciado, ao usar palavras correntes em vez de palavras obsoletas.

UNIFORMIDADE DE TRADUÇÃO

7

 A Tradução do Novo Mundo faz todo o empenho para ser coerente na tradução de cada termo. Para determinada palavra hebraica ou grega foi designada apenas uma palavra em português, e esta é usada tão uniformemente quanto o idioma ou o contexto permita, para dar o pleno entendimento em português. Por exemplo, a palavra hebraica né‧fesh é coerentemente traduzida por “alma”. A palavra grega correspondente, psy‧khé, é traduzida por “alma” em todas as ocorrências.

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 Em alguns lugares, têm surgido problemas quanto à tradução de homógrafos. Estes são palavras que na língua original são grafadas da mesma forma, mas que têm significados diferentes. Por conseguinte, o desafio é dar à palavra o significado correto ao traduzi-la. Em português há homógrafos tais como amo (do verbo amar) e amo (senhor), bem como canto (ângulo) e canto (do verbo cantar), que são grafados de forma idêntica, mas são palavras claramente diferentes. Como exemplo bíblico há o vocábulo hebraico rav, que representa raízes totalmente diferentes, sendo, portanto, traduzido de formas diferentes na Tradução do Novo Mundo. Rav geralmente significa “muito”, como em Êxodo 5:5. Contudo, a palavra rav usada em títulos, como em “Rabsaqué” (hebr., Rav-sha‧qéh) em 2 Reis 18:17, significa “principal”, sendo traduzida por “seu principal oficial da corte” em Daniel 1:3. (Veja também Jeremias 39:3, nota.) A palavra rav, de grafia idêntica, significa “arqueiro”, razão pela qual é traduzida assim em Jeremias 50:29. Lexicólogos, tais como L. Koehler e W. Baumgartner, foram aceitos como autoridades pelos tradutores quanto a distinguir estas palavras de grafia idêntica.

9

 Quanto a esta característica de uniformidade, note o que o comentarista de hebraico e grego, Alexander Thomson, disse em sua crítica sobre a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs: “A tradução é evidentemente obra de eruditos peritos e talentosos, que procuraram ressaltar o verdadeiro sentido do texto grego tanto quanto a língua inglesa seja capaz de expressar. A versão visa atribuir um só significado em inglês a cada uma das principais palavras gregas, e ser tão literal quanto possível. . . . A palavra usualmente traduzida por ‘justificar’ é geralmente traduzida mui corretamente como ‘declarar justo’. . . . A palavra para a Cruz é traduzida ‘estaca de tortura’, que é outra melhora. . . . Lucas 23:43 é bem traduzido, ‘Deveras, eu te digo hoje: Estarás comigo no Paraíso.’ Trata-se de grande melhora em comparação com a tradução feita pela maioria das versões.” Sobre a tradução das Escrituras Hebraicas, o mesmo crítico tece este comentário: “Vale a pena adquirir a Versão do Novo Mundo. É viva e espelha a realidade, e faz que o leitor pense e estude. Não é obra de Altos Críticos, mas de eruditos que honram a Deus e a Sua Palavra.” — The Differentiator, abril de 1952, páginas 52-7, e junho de 1954, página 136.

10 

A coerência da Tradução do Novo Mundo venceu muitas discussões bíblicas no campo técnico. Por exemplo, anos atrás, uma sociedade de livres-pensadores em Nova Iorque pediu à Sociedade Torre de Vigia (EUA) que enviasse dois oradores para falarem ao grupo sobre assuntos bíblicos, pedido que foi concedido. Estes intelectuais apegavam-se a uma máxima latina, falsum in uno falsum in toto, significando que um argumento que se provar falso em um ponto é totalmente falso. Durante a palestra, certo homem desafiou as Testemunhas de Jeová quanto à veracidade da Bíblia. Ele pediu que Gênesis 1:3 fosse lido à assistência, e isto foi feito na Tradução do Novo Mundo: “E Deus passou a dizer: ‘Venha a haver luz.’ Então veio a haver luz.” Confiantemente, pediu a seguir que se lesse Gênesis 1:14, e este também foi lido na Tradução do Novo Mundo: “E Deus prosseguiu, dizendo: ‘Venha a haver luzeiros na expansão dos céus.’” “Pare”, disse, “o que está lendo? Minha Bíblia diz que Deus fez a luz no primeiro dia, e de novo no quarto dia, e isto é incoerente”. Embora asseverasse saber hebraico, foi preciso mostrar-lhe que a palavra hebraica traduzida por “luz” no versículo 3 é ʼohr, ao passo que a palavra no versículo 14 é diferente, sendo ma‧ʼóhr, que significa luzeiro, ou fonte de luz. O intelectual sentou-se, derrotado. A fiel coerência da Tradução do Novo Mundo venceu o ponto, defendendo a Bíblia como verídica e proveitosa.

CUIDADOSA TRADUÇÃO DOS VERBOS

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 A Tradução do Novo Mundo dá atenção especial a transmitir o sentido da ação dos verbos gregos e hebraicos. Ao fazer isso, a Tradução do Novo Mundo esforça-se em preservar a especial graça, simplicidade, força e estilo dos escritos na língua original. Assim, foi necessário usar verbos auxiliares em português para transmitir cuidadosamente o estado real das ações. É em virtude da força dos seus verbos que as Escrituras originais são tão dinâmicas e tão expressivas no que tange à ação.

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 O verbo hebraico não tem “tempos” no sentido que o termo é aplicado à maioria das línguas do Ocidente. Em português, os verbos são encarados particularmente do ponto de vista do tempo: passado, presente e futuro. O verbo hebraico, por outro lado, expressa basicamente a condição da ação, ou seja, a ação é vista quer como completa (estado perfeito), quer como incompleta (estado imperfeito). Estes estados do verbo hebraico podem ser usados para indicar ações no passado ou no futuro, o tempo sendo determinado pelo contexto. Por exemplo, o estado perfeito ou completo do verbo normalmente indica ações no passado, mas também é empregado para falar de um acontecimento futuro como se já tivesse ocorrido e fosse passado, indicando sua certeza futura ou a obrigação de que este ocorra.

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 É muito importante transmitir com exatidão o estado do verbo hebraico para o português; do contrário, o significado pode ser deturpado, transmitindo uma idéia totalmente diferente. Como exemplo disso, considere as expressões verbais em Gênesis 2:2, 3. Em muitas traduções, falando a respeito do descanso de Deus no sétimo dia, usam-se expressões tais como “descansou”, “cessou”, “repousou”, “tinha cessado”, “repousara” e “cessara”. Com base nestas traduções, poder-se-ia concluir que o descanso de Deus no sétimo dia terminou no passado. Mas note como a Tradução do Novo Mundo salienta o sentido dos verbos usados no trecho de Gênesis 2:2, 3: “E ao sétimo dia Deus havia acabado sua obra que fizera e passou a repousar no sétimo dia de toda a sua obra que fizera. E Deus passou a abençoar o sétimo dia e a fazê-lo sagrado, porque nele tem repousado de toda a sua obra que Deus criara com o objetivo de a fazer.” A expressão “passou a repousar”, no versículo 2, é um verbo no estado imperfeito no hebraico e assim expressa a idéia de uma ação incompleta ou continuada. A tradução “passou a repousar” está em harmonia com o que é dito em Hebreus 4:4-7. Por outro lado, o verbo em Gênesis 2:3 está no estado perfeito, mas, a fim de harmonizá-lo com o versículo 2 e com Hebreus 4:4-7, é traduzido “tem repousado”.

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 Uma das razões das inexatidões na tradução das formas verbais hebraicas é a teoria gramatical chamada atualmente de waw consecutivo. Waw (ו) é a conjunção hebraica que basicamente significa “e”. Jamais se apresenta sozinha, mas está sempre ligada a outra palavra, com freqüência um verbo hebraico, a fim de formar uma só palavra com este. Afirmava-se, e ainda se afirma, que esta relação tem força para converter o verbo de um estado para outro, ou seja, do imperfeito para o perfeito (como tem sido feito em muitas traduções, incluindo modernas, em Gênesis 2:2, 3) ou do perfeito para o imperfeito. Este efeito tem sido descrito também pelo termo “waw conversivo”. Tal aplicação incorreta da forma verbal tem levado a muita confusão e à tradução errônea do texto hebraico. A Tradução do Novo Mundo não reconhece que a letra waw tenha força para modificar o estado do verbo. Antes, procura salientar a força devida e distintiva do verbo hebraico, preservando assim o significado do original com exatidão.

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 Cuidado similar foi tomado na tradução dos verbos gregos. Em grego, os tempos do verbo não expressam apenas o tempo da ação ou o estado, mas também o tipo da ação, se é momentânea, está começando, está continuando, é repetitória, ou se já terminou. Atenção a tais sentidos nas formas verbais gregas conduz à tradução precisa, com a plena força da ação descrita. Por exemplo, dar o sentido de continuidade da idéia onde esta ocorre no verbo grego não apenas salienta a verdadeira natureza da situação, mas também torna mais poderosa a admoestação e o conselho. Por exemplo, a contínua descrença dos fariseus e dos saduceus é demonstrada pelas palavras de Jesus: “Uma geração iníqua e adúltera persiste em buscar um sinal.” E a necessidade de ação contínua nas coisas certas é bem expressa pelas palavras de Jesus: “Continuai a amar os vossos inimigos.” “Persisti, pois, em buscar primeiro o reino.” “Persisti em pedir, e dar-se-vos-á; persisti em buscar, e achareis; persisti em bater, e abrir-se-vos-á.” — Mat. 16:4; 5:44; 6:33; 7:7.

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 O grego tem um tempo peculiar chamado de aoristo, que relaciona-se com ação transitória ou momentânea. Os verbos no aoristo podem ser vertidos de diversas formas, segundo o contexto. Uma forma em que é usado é para denotar um só ato de determinado tipo, embora não relacionado com nenhum tempo específico. Um exemplo disso é encontrado em 1 João 2:1, onde muitas versões traduzem o verbo “pecar” de modo a dar margem a um proceder contínuo de pecado, ao passo que a Tradução do Novo Mundo reza “cometer um pecado”, ou seja, um único ato de pecado. Isto transmite a idéia correta de que, se um cristão cometer um ato de pecado, tem Jesus Cristo qual advogado ou ajudador junto ao Pai celestial. Assim, 1 João 2:1 de forma alguma contradiz, mas apenas se contrasta com, a condenação da ‘prática do pecado’ mencionada em 1 João 3:6-8 e 5:18.

17

 O tempo imperfeito do grego pode expressar não apenas uma ação contínua, mas também a tentativa de uma ação que não foi realizada. Note como reza Hebreus 11:17 na versão Almeida: “Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito.” Em grego, o verbo “ofereceu” difere em forma nessas duas ocorrências. A primeira está no tempo perfeito (completo), ao passo que a segunda está na forma imperfeita (passado contínuo). A Tradução do Novo Mundo, levando em conta os tempos diferentes, traduz o versículo “Abraão, quando provado, a bem dizer ofereceu Isaque, e o homem . . . tentou oferecer seu unigênito.” O sentido de ação terminada expresso pelo primeiro verbo é assim mantido, ao passo que o tempo imperfeito do segundo verbo indica que a ação foi intencionada ou tentada, mas não levada a cabo. — Gên. 22:9-14.

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 A atenção cuidadosa à função de outras categorias gramaticais, como os casos dos substantivos, tem levado ao esclarecimento de aparentes contradições. Por exemplo, em Atos 9:7, ao narrar a notável experiência de Saulo na estrada para Damasco, várias traduções dizem que seus companheiros de viagem ‘ouviram a voz’, mas não viram ninguém. Daí, em Atos 22:9, onde Paulo relata este incidente, as mesmas traduções rezam que, embora vissem a luz, ‘não ouviram a voz’. Entretanto, na primeira referência, a palavra grega para “voz” está no genitivo, mas na segunda ocorrência, está no caso acusativo, como se acha em Atos 9:4. Por que a diferença? Nenhuma é transmitida nas traduções acima em português, todavia o grego, pela mudança de caso, indica certa diferença. Os homens ouviram literalmente “da voz”, mas não a ouviram do mesmo modo que Paulo, isto é, ouvir e entender as palavras. Assim, a Tradução do Novo Mundo, atenta ao uso do genitivo em Atos 9:7, reza que os homens com ele estavam “ouvindo, deveras, o som duma voz, mas não observando nenhum homem”.

A TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO EM OUTRAS LÍNGUAS

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 Em 1961, foi anunciado que a Sociedade Torre de Vigia dos EUA passava a verter a Tradução do Novo Mundo em outros seis dos idiomas mais falados, a saber, alemão, espanhol, francês, holandês, italiano e português. Esta obra de tradução foi confiada a tradutores peritos e dedicados, todos trabalhando juntos na sede da Sociedade Torre de Vigia em Brooklyn, Nova Iorque. Serviram como uma grande comissão internacional trabalhando sob direção  competente. Foi em julho de 1963, na Assembléia “Boas Novas Eternas” das Testemunhas de Jeová, em Milwaukee, Wisconsin, EUA, que os primeiros frutos desta obra de tradução tornaram-se disponíveis, quando a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs foi lançada simultaneamente nos seis idiomas mencionados. Assim, os habitantes da terra que falavam idiomas diferentes do inglês podiam começar a usufruir os benefícios desta moderna tradução. Desde então, a obra de tradução tem continuado, de modo que, por volta de 1989, a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas já fora publicada em 11 idiomas, com mais de 56.000.000 de exemplares impressos.

GRATIDÃO PELO PODEROSO INSTRUMENTO

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 A Tradução do Novo Mundo é deveras um poderoso instrumento para demonstrar que “toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa”. Com base nos pontos considerados neste estudo, podemos avaliar que ela é precisa e fidedigna e que pode proporcionar genuíno deleite àqueles que desejam ouvir a Deus falar animadoramente ao homem, em linguagem moderna e vívida. A linguagem da Tradução do Novo Mundo é espiritualmente estimulante e coloca prontamente o leitor em sintonia com a expressão dinâmica das Escrituras inspiradas originais. Não mais precisamos ler e reler versículos a fim de entender frases obscuras. Fala com força e clareza desde a primeira leitura.

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 A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas é uma tradução fiel da Palavra de Deus, “a espada do espírito”. Como tal, é deveras uma arma eficaz na guerra espiritual do cristão, uma ajuda ‘para demolir falsos raciocínios fortemente entrincheirados e raciocínios levantados contra o conhecimento de Deus’. Quão bem nos habilita a declarar, com melhor entendimento, as coisas proveitosas e edificantes, as gloriosas coisas relacionadas com o Reino de justiça de Deus — sim, “as coisas magníficas de Deus”! — Efé. 6:17; 2 Cor. 10:4, 5; Atos 2:11.

Notas
Introduction to the Old Testament, Robert H. Pfeiffer, 1952, página 94.
Kingdom Interlinear Translation, edição de 1985, páginas 1133-8.
Estudo Perspicaz das Escrituras, Vol. 1, página 584.
Bíblia com Referências, apêndice 3C, “Verbos Hebraicos Indicativos de Ação Contínua ou Progressiva”.
Estudo Perspicaz das Escrituras, “Grego”.
Edições completas publicadas em africâner, albanês, alemão, árabe, cebuano, chinês, chinês (simplificado), chona, coreano, dinamarquês, eslovaco, espanhol (também em braile), finlandês, francês, grego, holandês, húngaro, ilocano, indonésio, inglês (também em braile), ioruba, italiano, japonês, norueguês, polonês, português (também em braile), sesoto, suaíli, sueco tagalo, tcheco, tsonga, tsuana, xosa e zulu.
(Parcialmente também em búlgaro, cibemba, cingalês, croata, efique, esloveno, georgioano, ibo, italiano [em braile], lingala, macedônio, malgaxe, maltês, romeno, russo, sérvio [cirílico], sérvio [romano], sranantongo, turco, tvi e ucraniano.)
Total impresso de todas as edições da Tradução do Novo Mundo: 129.102.228 exemplares



Sua Bíblia — como é produzida

NO NOSSO mundo violento, faminto e poluído, não há falta de más notícias. Mas há também boas notícias: Nestes “últimos dias” iníquos do sistema de coisas de Satanás, imprimem-se milhões de exemplares da Palavra de Deus, a Bíblia, em centenas de línguas, distribuídos em toda a terra. — 2 Tim. 3:1.

Como Satanás e seus demônios gostariam de impedir esta distribuição mundial da Palavra de Deus! No entanto, a Bíblia inteira está hoje disponível em 275 idiomas, e pelo menos um ou mais dos livros bíblicos podem ser encontrados em 1.710 línguas, o que faz com que a Palavra de Deus esteja disponível na língua de quase todos na terra. Até mesmo nesta época tenebrosa da história humana, ‘a mão de Jeová não ficou tão curta’ quanto a levar a sua Palavra vitalizadora aos que necessitam dela. — Isa. 50:2

É verdade que alguns estão distribuindo Bíblias, visando à caixa registradora. Nos Estados Unidos são vendidos cada ano calculadamente 20 milhões de exemplares, muitos para obter lucro. Mas há outros que traduzem, imprimem e distribuem a Palavra de Deus por amor a Deus e ao próximo. Especialmente as Testemunhas de Jeová estão ativas em tal trabalho.

Os primitivos cristãos foram pioneiros no desenvolvimento do códice (uma forma primitiva de um livro de folhas soltas, que substituiu os desajeitados rolos então em uso). De maneira similar, as hodiernas testemunhas cristãs de Jeová fazem bom uso de modernos métodos computadorizados de composição e paginação, conjugados com aperfeiçoado equipamento de impressão off-set. Com que objetivo? Colocar Bíblias à disposição de todos, a um custo nominal. Por exemplo, tome a nova edição de 1981 da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas em inglês. Gostaria de saber como esta Bíblia foi produzida?

DAS PENAS DE AVES AOS COMPUTADORES

Você não teria uma Bíblia para ler, se escribas cuidadosos, no passado, não tivessem copiado meticulosamente as Escrituras a mão. De fato, a palavra hebraica para “escriba” vem duma raiz que significa “contar”, porque, segundo o Talmude, os escribas contavam as letras e as palavras de cada seção das Escrituras, para certificar-se de que não havia erros! A descoberta dos Rolos do Mar Morto provou que esses escribas fizeram um bom trabalho, visto que aqueles manuscritos antigos concordam de perto com o posterior texto massorético, apesar dos quase mil anos de copiar que os separam.

Também as Escrituras Gregas Cristãs foram copiadas com o máximo cuidado, primeiro em papiro, e depois em pergaminho mais durável. Em vez de usarem os desajeitados rolos costumeiros naquele tempo, os primitivos cristãos preferiram registrar as Escrituras em folhas separadas, que podiam ser presas uma à outra ou guardadas numa caixa. Isto tornou muito mais fácil para os pregadores zelosos do primeiro século compararem as diversas passagens bíblicas, assim “provando com referências” que Jesus era o Messias prometido. — Atos 17:3.

Naturalmente, as Bíblias não são mais copiadas a mão. Logo o primeiríssimo livro impresso no recém-inventado prelo de João Gutenberg, por volta de 1450 E.C., foi a Bíblia Vulgata, latina, e daquela edição existem ainda 47 exemplares. Com a invenção da impressão moderna, a Bíblia pôde ser colocada à disposição do homem comum, e logo surgiram traduções da Bíblia para o vernáculo de diversas línguas, apesar da oposição da Igreja. Ao passo que um escriba só podia copiar umas poucas páginas por dia, a moderna rotativa off-set que imprimiu a edição de 1981 da Tradução do Novo Mundo, em inglês, pode produzir mais de 20.000.000 de páginas da Bíblia por dia! Enquanto o escriba corria o risco de cometer enganos em cada página, a rotativa moderna reproduz o texto com precisão, impressão após impressão. O texto bíblico reproduzido pela rotativa foi armazenado num computador e transferido para um filme, com o fim de produzir chapas de impressão. Assim se podem produzir novas chapas de impressão sem o risco de erro humano na transcrição. A produção da Bíblia já progrediu muito!

UM EXAME DA “TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO” DE 1981

A edição de 1981 da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, em inglês, é a culminação de 35 anos de meticulosa tradução e cuidadosa revisão. O projeto de tradução foi iniciado lá em 1946, e por volta de 1960, tanto a parte hebraica como grega da Palavra de Deus já haviam sido traduzidas para o inglês diretamente das línguas originais. Naqueles anos de tradução, fez-se muita pesquisa cuidadosa por parte da Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia, para se ter a certeza de que a tradução era internamente coerente na escolha de palavras e que se usavam para o texto as melhores versões possíveis de diversos manuscritos. As Testemunhas de Jeová, que usam a Tradução do Novo Mundo como referência bíblica primária, apreciam e beneficiam-se muito desta obra erudita.

Todavia, o trabalho da comissão de tradução (cujos membros permanecem anônimos, a seu pedido) não estava terminado em 1960. A Tradução do Novo Mundo foi primeiro lançada em inglês num único volume em 1961, e esta edição incorporava uma cuidadosa revisão de todo o trabalho anterior. Visto que a edição de 1961 não continha notas ao pé da página, diversas variantes de notas de rodapé das edições anteriores foram incorporadas ao texto principal, para se harmonizar mais de perto com o sentido literal das línguas originais. Uma segunda revisão, em 1970, tomou em consideração as mudanças tanto do uso do inglês como do entendimento das línguas antigas traduzidas. Mais de 100 palavras ou expressões usadas na edição de 1961 foram assim alteradas. Em 1971, publicou-se a Tradução do Novo Mundo, em inglês, num tipo maior, com notas ao pé da página, e houve outra revisão do texto (publicada em português em 1977 sem essas notas).

É o desejo da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia (E.U.A.), que retém os direitos autorais da Tradução do Novo Mundo, que esta excelente tradução seja mantida em dia. A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas tem por objetivo verter a Palavra de Deus com exatidão e de modo literal, em harmonia com as línguas vivas em mudança, atualmente entendidas pelos seus leitores. Esta tradução dá mais valor à transmissão fidedigna da Palavra de Deus, do que a considerações estilísticas ou literárias, que caracterizam muitas das modernas versões idiomáticas ou parafraseadas da Bíblia.

A edição de 1981 da Tradução do Novo Mundo é o resultado de uma cuidadosa revisão adicional das edições precedentes, feitas segundo os princípios orientadores acima mencionados. Esta revisão foi muito facilitada pela recente instalação de moderno equipamento de composição e paginação computadorizadas, na gráfica principal da Sociedade Torre de Vigia, em Brooklyn, Nova Iorque, E.U.A.

Em dezembro de 1979, operadores sentados diante de terminais de computador começaram a dar entrada do texto da Bíblia no computador da Sociedade. Em pouco mais de cinco meses, foi completada a entrada de duas edições diferentes da Tradução do Novo Mundo no computador. Uma era a revisão de 1970 e a outra, a edição de 1971 em tipo grande.

Este método de entrada dupla tinha duas finalidades. Primeiro, ajudou a reduzir o tempo gasto na revisão das provas da Bíblia. Para este fim, o departamento de processamento de dados, da Sociedade, elaborou um programa de computador para que as duas edições fossem comparadas letra por letra. O que aconteceria quando fosse detectada a mínima diferença? O computador recebeu instruções para reproduzir o versículo inteiro que continha a discrepância, indicando com precisão onde ocorre no versículo.
Portanto, isso minimizou o serviço dos revisores na busca de erros na entrada do texto. O computador encontrou a maioria deles! É verdade que, umas poucas vezes, os dois datilógrafos cometeram o mesmíssimo erro na mesmíssima palavra. Mas isso aconteceu apenas uma vez em cada 500.000 toques, e esses erros foram encontrados pelos revisores e corrigidos.

Além disso, a entrada de duas edições diferentes da Tradução do Novo Mundo no computador permitiu que ele localizasse cada versículo em que as duas versões divergiam, não importando quão pequena a variação. A Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia revisou então cada uma dessas diferenças e decidiu que variante usar na edição de 1981. Com a ajuda do computador, os revisores puderam encontrar as mínimas variações no texto da Tradução do Novo Mundo. Por exemplo, em inglês, alguns nomes próprios foram divididos em duas sílabas em uma parte da Bíblia (A′dam, E′sau), enquanto em outra parte apareciam como uma só palavra sem a divisão silábica. Também foram encontradas e corrigidas diferenças menores envolvendo aspas, parênteses e colchetes. O resultado final é que a edição de 1981 da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas em inglês é a edição mais exata e coerente que a Sociedade já publicou.

COMPOSIÇÃO COMPUTADORIZADA

O computador faz muito mais do que apenas ajudar os revisores. É também um instrumento maravilhoso para a paginação. De que modo?

As edições anteriores da Tradução do Novo Mundo foram compostas em linotipos, exigindo mais de mil horas/homem de trabalho. Os linotipistas compunham o texto da Bíblia uma linha por vez, decidindo no fim de cada linha se a última palavra da linha precisava ser dividida e como devia ser dividida. No decorrer da composição da Bíblia inteira, os linotipistas tiveram de fazer milhares de tais decisões. Inevitavelmente surgiram algumas divisões erradas.

Além disso, “os linotipistas são apenas humanos”, salientou um dos gráficos, “e eles não compõem todos o tipo do mesmo jeito. Alguns costumam compô-lo um pouco ‘apertado’, o que significa que procuram incluir um pouco mais em cada linha do que outros linotipistas fazem, que compõem as linhas ‘frouxas’. Ou o mesmo linotipista talvez componha o tipo um pouco diferente em dias diferentes.”

O computador da Sociedade eliminou a necessidade de linotipos na produção da Bíblia. Depois de ter o texto da Tradução do Novo Mundo, o programa do computador decidia como o texto devia ser composto em linhas de tipo, e como as linhas deviam ser diagramadas nas páginas. O computador foi programado para dividir as palavras com um alto grau de precisão, e ele compunha com o mesmo grau de “aperto” a Bíblia inteira, melhorando a aparência da página impressa.

Na realidade, o computador não pode compor o tipo sozinho. Tudo o que pode fazer é decidir como o tipo deve ser composto. O tipo é realmente composto numa fotocompositora eletrônica, controlada pela unidade central do computador. Esta máquina usa um raio eletrônico para projetar cada letra do tipo numa tela de televisão especial. As letras, que podem aparecer na tela em uma grande variedade de tamanhos e estilos, são gravadas em material fotográfico na compositora. Este material é então usado para produzir um filme para fotolitos. Depois da entrada do texto da Bíblia no computador, podem-se produzir chapas de impressão numa variedade de formatos sem que o texto seja novamente gravado. O computador pode decidir em questão de segundos como a página da Bíblia deve ser composta, e a fotocompositora pode produzir em questão de minutos uma prova, que é usada como base para uma chapa de impressão, utilizada numa máquina de impressão

UMA NOVA ROTATIVA PARA A BÍBLIA

A edição de 1981 da Tradução do Novo Mundo, em inglês, foi impressa numa nova rotativa off-set, especialmente adaptada para produzir Bíblias. Esta nova rotativa tem 33 metros de comprimento — o que é bastante grande em comparação com a maioria das impressoras de Bíblias. Ela imprime em quatro rolos diferentes de papel fino para Bíblias ao mesmo tempo, produzindo 128 páginas da Bíblia com cada impressão, ou o equivalente de mais de 2.600 Bíblias por hora de impressão.

“Nossas impressoras de Bíblias, mais antigas, produziam apenas 64 páginas por impressão”, salientou o superintendente da gráfica. “A nova impressora nos permite imprimir seções maiores da Bíblia. De modo que não há tantas seções para costurar na encadernação, o que economiza tempo e trabalho humano.”
A nova rotativa tem também outras vantagens. Uma comparação da edição de 1981 da Tradução do Novo Mundo com as edições anteriores revela prontamente que a nova edição é mais fácil de ler e visualmente mais agradável. Por quê? Usou-se um tipo novo, mais delicado, que talvez não tivesse resistido bem à pressão duma impressora de alto-relevo, mas que não constitui nenhum problema quando impresso numa rotativa off-set. Isto dá às páginas da edição de 1981 um aspecto mais nítido. Além disso, quando as Bíblias são impressas em impressoras de alto-relevo, é muito difícil impedir que a forte impressão não seja visível do outro lado da página, obscurecendo-a ainda mais. Este problema da transparência não existe quando se imprime em off-set. As vantagens da nova tecnologia na impressão da Bíblia logo se evidenciam quando se abre a edição de 1981 da Tradução do Novo Mundo.

COMPUTADORIZAÇÃO MULTILÍNGÜE

Quando se começou a empreender a Tradução do Novo Mundo, ninguém esperava que algum dia estivesse disponível em mais seis línguas, além da inglesa, estando a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs em mais quatro. Atualmente, esta versão da Bíblia é impressa nas línguas nativas de mais de um bilhão de pessoas, as quais podem assim tirar proveito da pesquisa textual e atenção erudita aplicadas na tradução original em inglês.

Este trabalho de retardação foi grandemente simplificado pela natureza literal da própria Tradução do Novo Mundo em inglês. “É quase impossível retraduzir uma Bíblia parafraseada”, admitiu um representante duma das sociedades que traduzem a Bíblia na cristandade. Isso não se dá com a Tradução do Novo Mundo! Até o momento, a cuidadosa retardação do texto inglês, junto com a comparação com o hebraico e o grego, obteve bons resultados em alemão, dinamarquês, espanhol, finlandês, francês, holandês, italiano, japonês, português e sueco. Estudantes diligentes da Palavra de Deus, em muitos países, tiram agora proveito duma tradução que corajosamente restabelece o nome de Deus, Jeová, no seu devido lugar no texto bíblico, que está livre do preconceito do tradicionalismo religioso e que transmite o significado literal da Palavra de Deus com a maior exatidão possível.

O novo sistema de computador da Sociedade Torre de Vigia deverá ser de grande ajuda no prosseguimento desta obra de impressão da Bíblia em diversas línguas. As futuras edições da Tradução do Novo Mundo, sem distinção de língua, no devido tempo serão gravadas no computador e terão os mesmos aspectos excelentes da edição de 1981 em inglês.

MODERNIZAÇÃO MUNDIAL

A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas é apenas o começo da conversão feita pela Sociedade para a fotocomposição e paginação computadorizadas. As principais filiais e congêneres gráficas estão atualmente instalando modernas rotativas off-set. Espera-se que, no futuro próximo, se possa usar mundialmente a fotocomposição para cuidar das operações pré-impressoras em muitas das mais de 160 línguas em que a Sociedade imprime atualmente as publicações. Em resultado disso, a composição mais rápida e mais precisa reduzirá o espaço de tempo entre as edições das publicações da Sociedade em inglês e as edições em outros idiomas. Esta perspectiva é realmente emocionante!

Trata-se dum grande empreendimento? Sim, mas já foi feita muita coisa! Atribuamos todo o mérito a Jeová Deus, cuja vontade é que as “boas novas” do seu reino messiânico sejam pregadas “em toda a terra habitada”, sem consideração de qual é a língua local! Enquanto for da vontade de Jeová que esta obra de pregação continue, a Sociedade Torre de Vigia pretende usar todos os meios apropriados para levar a Palavra de verdade de Jeová “até à parte mais distante da terra”. (Mat. 24:14; Atos 1:8) Que privilégio é poder participar nesta grande obra hoje em dia!


Como sumiram estes versículos?

O livro de Revelação ou Apocalipse adverte: “Se alguém tirar qualquer coisa das palavras do rolo desta profecia, Deus lhe tirará o seu quinhão das árvores da vida.” Sim, a eliminação duma parte verdadeira da Bíblia é assunto sério. (Rev. 22:19) Mas, foi isto o que aconteceu? Vejamos.

Alguns versículos faltavam na tradução da Bíblia usada por essa pessoa, mas qual era a versão? Poderia ter sido qualquer de uma série de versões recentes. Por exemplo, estes versículos não constam na versão da Comunidade de Taizé (uma edição ecumênica para católicos e protestantes; Edições Loyola), na católica do Pontifício Instituto Bíblico (com numeração rearranjada), na Tradução Brasileira, na Tradução do Novo Mundo usada pelas Testemunhas de Jeová e na católica Bíblia de Jerusalém, sem se falar nas versões em outros idiomas.

Sabe por que esses versículos foram omitidos? Talvez se pergunte: ‘Falta alguma coisa na minha Bíblia?’
Em suma, a resposta é: Não. Esses versículos realmente não pertencem à Bíblia, embora existam em muitas traduções mais antigas. Para alguns, talvez pareça chocante saber que certas palavras, frases e até versículos inteiros, que constam em Bíblias amplamente usadas, não são autênticos. De modo que cabe alguma explicação.

Desde o começo, asseguramos-lhe que há abundante evidência mostrando que o texto da Bíblia é fidedigno. Por exemplo, é muito mais fidedigno e exato do que os escritos aceitos de Tácito, Tucídides e Heródoto.

A evidência consiste em muitos milhares de antigos manuscritos gregos, que podem ser verificados para provar que o texto básico de sua Bíblia é precisamente assim como foi originalmente escrito. Os mais antigos destes manuscritos também oferecem uma razão sólida para a omissão de certas palavras, expressões e versículos nas traduções mais recentes. É muito interessante examinar esta razão.

A TRANSCRIÇÃO DOS MANUSCRITOS

Conforme talvez saiba, os originais dos livros do “Novo Testamento” (as Escrituras Gregas Cristãs) não estão hoje disponíveis para serem usados pelos tradutores. Ninguém ainda descobriu um livro bíblico como que “autografado” pelos apóstolos Paulo e João, ou por outros. Contudo, é evidente que pouco depois da escrita dos originais, começaram a fazer-se transcrições deles para uso pelos primitivos cristãos.

Os copistas, em geral, tomavam extremo cuidado, para certificar-se de que sua obra transcrevesse com exatidão os originais. Muitos revisores, hoje, exercem cuidado similar. Mas, é provável que já tenha visto nos atuais jornais e livros a ocorrência de erros tipográficos, tais como a grafia errônea de uma palavra ou a omissão ou repetição duma linha. Se tais pequenos erros de impressão ocorrem apesar do progresso técnico atual, pode dar-se conta de que devem ter ocorrido quando livros inteiros da Bíblia foram transcritos à mão. As transcrições posteriores, mais afastadas dos originais, tendem a ter mais erros.

Veja como isso pode ter acontecido. Um copista, bem familiarizado com o Evangelho de Mateus, talvez, ao copiar o Evangelho de Marcos ou Lucas, usasse a fraseologia de Mateus que tão bem conhecia. Ou ele pode ter observado que uma sentença usada por Mateus não constava nas narrativas paralelas de Marcos ou de Lucas. De modo que talvez acrescentasse a sentença na margem. Um copista posterior, porém, talvez incluísse a sentença no texto principal de Marcos ou de Lucas, achando que deve ter estado originalmente ali, visto que apresentava maior concordância entre as narrativas. Por exemplo, no relato de Lucas, sobre a Oração-modelo, alguns manuscritos acrescentam: “Seja feita a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” Contudo, o peso da evidência sugere que esta é uma intercalação tirada do relato de Mateus, omitida em Lucas 11:2 nas traduções modernas da Bíblia. (Mat. 6:10) Conforme pode ver, tais harmonizações feitas por amanuenses de motivação sincera tenderam a aumentar a matéria.

Agora, fixemos nossa atenção no século 16, pouco antes de se fazerem algumas das mais conhecidas traduções. A invenção da imprensa com tipo móvel permitiu a produção de livros em quantidade e mais baratos, e isso estimulou o interesse na Bíblia. Em vez de terem as Escrituras apenas nas traduções latinas, por muito tempo usadas pela Igreja Romana, os eruditos começaram a clamar por transcrições em grego, a língua em que o “Novo Testamento” foi escrito. Em 1515, um impressor suíço, achando que era uma ótima oportunidade comercial, entrou em contato com Desidério Erasmo, famoso erudito holandês, pedindo-lhe que apressasse uma cópia do “Novo Testamento” em grego para ser impresso.

O Guia Gráfico Para as Versões Modernas do Novo Testamento, de Herbert Dennett, em inglês, explica o que aconteceu:

“A tarefa, porém, foi empreendida a curto prazo e executada às pressas. Erasmo usou apenas meia dúzia de manuscritos, dos quais apenas um era moderadamente antigo e fidedigno. Nenhum de seus manuscritos continha todo o Novo Testamento, e alguns versículos, que não constavam em nenhum deles, foram na realidade retraduzidos por Erasmo do latim [de novo] para o grego. Este texto publicado foi mais tarde revisado, com a ajuda de mais alguns manuscritos, mas o resultado afetou pouco esta obra.” — P. 119.

Agora, por que devia você estar especialmente interessado neste aparente aparte da história erudita? Que diferença faz para nós, hoje, que o texto de Erasmo, de 1516, baseava-se ‘principalmente em dois manuscritos inferiores do século doze’, conforme o expressou recentemente um professor?

O motivo de isso ser significativo é que o texto grego de Erasmo, basicamente, levou de modo direto ao que veio a ser conhecido como o “texto recebido” (textus receptus). À base deste texto fizeram-se muitas traduções, inclusive, em parte, a versão original de João Ferreira de Almeida. Mas, o Sir Frederic Kenyon fez a seguinte observação sobre o “texto recebido”:

“O resultado é que o texto aceito nos séculos dezesseis e dezessete, ao qual nos apegamos por relutância natural de mudar as palavras que aprendemos ser as da Palavra de Deus, está, na realidade, cheio de inexatidões, muitas das quais podem ser corrigidas com absoluta certeza, em vista da informação vastamente mais ampla que hoje temos à disposição.” — Our Bible and the Ancient Manuscripts, p. 162.

REFINAMENTO DO TEXTO

No século dezesseis, Erasmo possuía apenas alguns manuscritos gregos posteriores com que trabalhar. Mas, isto não se deu nos séculos 19 e 20. Durante este período, foram descobertos milhares de antigos manuscritos e fragmentos gregos. Até 1973, o total de manuscritos gregos conhecidos já ascendera a 5.338, surgindo ainda mais desde então. O número de principais manuscritos bíblicos em grego, tais como o Códice Sinaítico e o Códice Vaticano, remonta ao quarto século. Alguns são bem mais antigos. Por exemplo, um fragmento do Evangelho de João remonta a cerca de 125 E. C.

Ao passo que o filete de recém-descobertos manuscritos gregos, antigos, se tornou virtualmente uma enxurrada, os eruditos puderam fazer a comparação crítica deles. Este criticismo textual não deve ser confundido com o “alto criticismo”, que tende a diminuir o respeito pela Bíblia como a Palavra de Deus. O criticismo textual envolve uma cuidadosa comparação de todos os manuscritos conhecidos da Bíblia, a fim de se determinar o verdadeiro texto original, eliminando-se os acréscimos.

Para ilustrar como isso funciona, imagine o que aconteceria se você pedisse a 200 pessoas fazerem uma cópia manuscrita dum texto escrito à mão. A maioria delas faria erros, alguns deles menores e outros mais significativos. Mas, não fariam todos os mesmíssimos erros. Então, se alguém bem atento tomasse todas as 200 transcrições e as comparasse entre si, poderia descobrir os erros. Um erro se destacaria em uma ou duas, porque não apareceria nas outras 198, que rezariam de modo correto. Assim, com esforço, ele poderia produzir um texto exato do documento original, mesmo que nunca o tivesse visto.

Embora outros tivessem anteriormente trabalhado em tal refinamento do texto do “Novo Testamento”, em fins do século 19, dois eruditos de Cambridge, B. F. Westcott e F. J. A. Hort, produziram um texto refinado que tem tido ampla aceitação. Foi publicado em 1881; contudo, certo professor disse recentemente:

“Westcott e Hort fizeram seu trabalho de modo tão cabal e com perícia tão extraordinária, que o trabalho textual, desde então tem sido ou em reação ou em complementação do deles. . . . O que é significativo é que mesmo os que tendem a discordar do [método] de Westcott e Hort publicaram textos gregos que diferem muito pouco do deles.” — Christianity Today, 22 de junho de 1973, p. 8.

Este texto refinado por Westcott e Hort tem sido usado como texto básico para várias traduções mais recentes, inclusive pela Tradução do Novo Mundo.

ALGUNS VERSÍCULOS “FALTANTES”

Com esta informação por base, estamos em melhor situação para examinar alguns dos versículos que, à primeira vista, parecem estar faltando em traduções mais recentes da Bíblia.

Já mencionamos que um amanuense talvez acrescentasse ao relato que copiava uma sentença ou um versículo tirado de outra parte. Pode ver isso prontamente em Marcos 9:43-48. Em muitas das versões mais novas, os versículos 44 e 46 são omitidos, acrescentando-se às vezes um travessão para indicar a omissão, como se faz na Tradução do Novo Mundo. O texto destes dois versículos reza “onde o seu guzano não morre e o fogo não se extingue”, exatamente como o versículo 48. Embora alguns manuscritos gregos contenham esses versículos 44 e 46, diversos manuscritos mais antigos e de maior autoridade não os contêm. A evidência sugere que um ou mais amanuenses apenas repetiram o versículo 48, talvez até mesmo por engano. Portanto, omitindo-se numa Bíblia moderna os versículos 44 e 46, de modo algum envolve omitir parte da Palavra de Deus, porque a mesma sentença consta no versículo 48 do mesmo relato. Mas, o que se dá com a omissão dos dois versículos duvidosos? O relato fica refinado e é apresentado assim como Marcos foi inspirado a escrevê-lo.

Em outros casos, os “versículos faltantes” evidentemente procederam de outros livros bíblicos. Algumas edições da Bíblia ajudam o leitor a ver isso, porque imprimem numa nota ao pé da página o texto do versículo omitido, assim como foi feito em certas edições de tipo grande, em inglês, da Tradução do Novo Mundo. Se não poder recorrer a tal ajuda, poderá comparar sua Bíblia moderna com a edição antiga da versão de João Ferreira de Almeida ou outra similar, mais antiga. Pela comparação, poderá ver por si mesmo que aquilo que foi omitido talvez seja apenas um versículo repetido de outro lugar ou livro. Por exemplo, veja Romanos 16:24 e o compare com o versículo 20 e as passagens concludentes em quase cada livro escrito pelo apóstolo Paulo. Verá que, em Romanos 16:24, algum copista evidentemente acrescentou uma expressão concludente, assim como Paulo incluiu em quase todos os seus livros.

Talvez a passagem mais controvertida, que foi tirada de traduções mais recentes, que são fiéis à evidência dos manuscritos antigos, seja parte de 1 João 5:7. No passado, recorria-se muitas vezes a este texto em apoio da doutrina antibíblica da Trindade. Sobre esta passagem espúria, diz a católica Bíblia de Jerusalém, (N.T.):

“O texto dos vv. 7-8 [no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, e esses três são um só; e há três que testemunham sobre a terra] está . . . ausente nos antigos mss. gregos, nas antigas versões e nos melhores mss. da Vulg., e que parece ser uma glosa marginal introduzida posteriormente no texto.”

Visto que este versículo procede dum período muito posterior ao tempo da escrita da Bíblia e tem natureza tão claramente espúria, muitas traduções modernas nem mesmo o tratam assim como os outros versículos omitidos.

Finalmente, podemos mencionar alguns trechos mais compridos da Bíblia, onde a evidência dos manuscritos não parece conclusiva aos eruditos. Um deles é o fim do livro de Marcos, a partir do versículo 9. Outro é João 7:53 a 8:11, sobre a mulher apanhada em adultério, que veio a Jesus. Esta narrativa apareceu primeiro em algumas versões do Latim Antigo, e, em manuscritos gregos, posteriores, existe em outros três lugares nos Evangelhos. Em muitas traduções, estas duas partes encontram-se incluídas mas separadas do texto principal, tal como estando entre colchetes ou em tipo menor.

CONFIANÇA NA BÍBLIA

Esta consideração de alguns versículos isolados, que claramente não fazem parte da Bíblia inspirada, não deve criar dúvida sobre a autenticidade da Palavra de Deus. Em vez de minar a confiança nas Escrituras, deve servir para sublinhar o fato de que Deus preservou a sua Palavra num estado notavelmente puro.
Após a sua cabal investigação, o erudito F. J. A. Hort chegou à seguinte conclusão:

“Portanto, não é supérfluo dizer explicitamente que o grande volume de palavras do Novo Testamento se destaca acima de todos os processos discriminatórios do criticismo, porque estão livres de variação, e precisam somente ser transcritas. . . . O campo inteiro de variações entre versões, já admitidas ou que venham a ser admitidas em qualquer texto impresso, é relativamente pequeno; e grande parte dele inclui apenas diferenças entre as primitivas edições não-críticas e os textos formados dentro do último meio século, com a ajuda de inestimável evidência documentária trazida à luz nos tempos recentes.”

Ele acrescentou:

“Na variedade e plenitude da evidência em que se baseia, o texto do Novo Testamento se destaca como absoluta e inacessivelmente único entre os antigos escritos em prosa.”

Sir Frederic Kenyon estava de pleno acordo, dizendo:

“É tranqüilizador encontrar, no fim, que o resultado geral de todas essas descobertas e de todo esse estudo é fortalecer a prova da autenticidade das Escrituras e nossa convicção de que temos nas mãos, em substancial integridade, a verdadeira Palavra de Deus.”

Notas
Compare Mat. 18:11 com Luc. 19:10; Mat. 23:14 com Mar. 12:40 e Luc. 20:47; Mar. 7:16 com Mar. 4:9, 23 e Luc. 8:8; Mar. 11:26 com Mat. 6:14; Mar. 15:28 com Luc. 22:37; Luc. 17:36 com Mat. 24:40; Luc. 23:17 com Mat. 27:15 e Mar. 15:6.

1 Cor. 16:23; 2 Cor. 13:14; Fil. 4:23; 1 Tes. 5:28; 2 Tes. 3:18.


Traduções interlineares da Bíblia

ESCREVERAM-SE manuscritos que continham as inspiradas Escrituras Gregas num lado da página e a tradução da Vulgata latina no outro lado da mesma página. Isto permitia a comparação dos textos nas duas línguas. Fizera-se com “palavras corretas de verdade” a tradução latina da Bíblia inteira, do tradutor católico Jerônimo? Bem, os que sabem latim e grego podem comparar os dois textos e verificar isso por si mesmos.

 No ano de 1528, um frade italiano chamado Sanctes Pagninus publicou em Lião, na França, uma obra em que ele trabalhara durante trinta anos. Seu título em latim, traduzido ao português, é “Uma Nova Tradução do Antigo e do Novo Testamento”. Tratava-se, naturalmente, duma tradução em latim. Posteriormente, publicou-se dela uma edição em Lião, por Servetus, em 1542. No ínterim, porém, apareceu no cenário o sacerdote espanhol e orientalista chamado Arias Montanus. O Rei Filipe II, da Espanha, o convocou para trabalhar numa projetada Bíblia Poliglota, que o rei mandava fazer à sugestão do famoso impressor Plantin. Esta Bíblia foi finalmente impressa em Antuérpia, em 1569-1572. Seu título em latim, traduzido ao português, é “A Bíblia Sagrada em Hebraico, Caldeu, Grego e Latim, de Filipe II, Rei, Católico em Piedade e Erudição, para o Uso Sacrossanto da Igreja”, impressa por Plantin, em oito (8) volumes, em formato in-fólio. Por causa do lugar onde foi impressa, é em geral chamada de “Poliglota de Antuérpia”. Às vezes é chamada de “Bíblia Real”, por causa do patrocínio do Rei Filipe II; e outras vezes de “Bíblia Plantiniana”, segundo o impressor.

 O sacerdote espanhol Arias Montanus incorporou nesta Poliglota de Antuérpia uma correção da tradução latina da Bíblia por Sanctes Pagninus. Arias Montanus morreu anos depois, em 1598. No ano de 1599 e nos anos de 1610-1613 publicaram-se edições do texto latino da Bíblia de Pagninus, as quais forneciam uma tradução interlinear e de palavra por palavra do hebraico, junto com a pontuação vocálica, hebraica, havendo por cima do texto hebraico a tradução latina. Esta Bíblia hebraico-latina foi por muito tempo considerada a Bíblia hebraica mais conveniente para os que começavam a aprender o hebraico. A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia (E. U. A.) possui exemplares originais da tradução interlinear impressa pela gráfica de Plantin, e os onze volumes levam as datas de 1610, 1611, 1612, 1613 e 1615. O primeiro volume, contendo os livros bíblicos de Gênesis e Êxodo, tem o título latino que traduzido ao português é “Bíblia Hebraica com Interpretação Interlinear Latina de Sanctes Pagninus de Lucca”.

 O décimo volume, que começa com o Evangelho de Mateus, tem o título que, traduzido ao português, reza: “Novo Testamento Grego com a Interpretação Latina Comum Inserida Entre as Linhas do Contexto Grego, cuja interpretação, deveras, . . . expressando evidentemente mais o sentido do que as palavras, é colocada ao lado, na margem do livro, e outra do Benedito Arias Montanus, o Espanhol, . . .” Nesta obra, a tradução latina aparece acima do texto grego, palavra por palavra.

 No fim do século dezesseis e no princípio do século dezessete, portanto, publicou-se esta tradução interlinear e palavra por palavra da Bíblia. Esta matéria interlinear foi incorporada na Bíblia Poliglota, publicada em 1654-1657 pelo famoso prelado britânico Dr. Brian Walton. A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados de Pensilvânia possui exemplares originais desta obra maciça, em oito volumes grandes. O cabeçalho acima da parte interlinear para o texto hebraico e o acima do texto grego mencionam o frade italiano Pagninus e o sacerdote espanhol Arias Montanus, para mostrar a origem da matéria.

 Duzentos anos depois, produziu-se algo mais prático para os estudantes da Bíblia em geral. No ano de 1857, Benjamin Wilson, editor de jornal em Geneva, Ilinóis, E. U. A., publicou a primeira parte de sua tradução interlinear das inspiradas Escrituras Gregas. A parte final foi publicada em 1863. Foi publicada em um só volume em 1864 e chamada de “The Emphatic Diaglott”. O nome “Diaglott” significa literalmente “através da língua”, mas entende-se que signifique “interlinear”. Em 1902, compraram-se os direitos autorais e os clichês da Diaglott da Fowler & Wells Company da cidade de Nova Iorque os quais foram dados como presente à Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.), cujo presidente naquele tempo era Charles Taze Russell. No ano de 1927, esta Sociedade começou a publicar a Diaglott impressa nas suas próprias prensas, e continua a publicá-la até hoje.

 Na larga coluna do lado esquerdo de cada página, a Diaglott apresenta o texto grego, usando a recensão feita pelo Dr. J. J. Griesbach, alemão, em 1775-1777, e debaixo de cada palavra grega apresenta o seu equivalente em inglês. Na estreita coluna à direita de cada página, ela apresenta a tradução moderna, inglesa, feita por Benjamin Wilson.

 Foi através da The Emphatic Diaglott que o primeiro presidente da Sociedade, C. T. Russell, soube que as inspiradas Escrituras Gregas falavam da segunda “presença” de Cristo, pois a Diaglott traduzia a palavra grega “parousia” corretamente por “presença”, e não por “vinda”, como o fazia a Versão Rei Jaime da Bíblia. Por conseguinte, quando C. T. Russell começou em julho de 1879 a publicar a nova revista bíblica, ele a chamou de Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo. Atualmente, noventa e um anos depois, esta revista se intitula “A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová”, e é publicada em setenta e dois idiomas. Parece que, quando primeiro deu nome à revista, em 1879, o editor Russell não se apercebia de que em 1862, ou um ano antes de se completar The Emphatic Diaglott, o Dr. Robert Young já publicara em Edimburgo, na Escócia, a tradução bíblica chamada “Tradução Literal de Young da Bíblia Sagrada”, e que esta tradução também vertia a palavra grega “parousia” como “presença” e não como “vinda”. Ele produziu também a Analytical Concordance to the Bible (Concordância Analítica da Bíblia) de Young, na qual, na página 188, coluna um, se mostra que parousia significa estar ao lado” ou “presença”. O número de abril de 1883 da Torre de Vigia recomendou esta concordância aos estudantes da Bíblia.

Após The Emphatic Diaglott, publicaram-se outras traduções interlineares das Escrituras Sagradas. No ano de 1877, publicou-se em Londres, na Inglaterra, o que foi chamado de “O Novo Testamento Grego Para o Inglês”, de Samuel Bagster and Sons, Limited, apresentando uma tradução interlinear, palavra por palavra, sob o texto grego de Stephanus, de 1550, junto com a Versão Autorizada do Rei Jaime, de 1611, na coluna externa de cada página. Depois, em 1960, esta mesma editora publicou The Interlinear Greek English New Testament (O Novo Testamento Interlinear Grego-Inglês). Este apresenta na coluna à direita de cada página o texto grego conforme compilado pelo erudito alemão Eberhard Nestle, de 1898, com uma tradução de palavra por palavra por baixo, feita pelo Dr. Alfred Marshall. Ao lado dela, na coluna à esquerda de cada página, imprimiu-se a tradução da Versão Rei Jaime ou Autorizada. Quanto a uma tradução interlinear das Escrituras Hebraicas, publicou-se em Chicago, Ilinóis, E. U. A., em 1896, The Interlinear Literal Translation of the Hebrew Old Testament (A Tradução Interlinear Literal do Antigo Testamento Hebraico). Publicou-se apenas um volume dela, contendo Gênesis e Êxodo, cuja tradução interlinear foi feita por George Ricker Berry, doutor de filosofia.

UMA NOVA TRADUÇÃO INTERLINEAR

 E agora, nas Assembléias Internacionais “Paz na Terra” das Testemunhas de Jeová, em 1969, lançou-se para o público leitor The Kingdom Interlinear Translation of the Greek Scriptures (A Tradução Interlinear do Reino das Escrituras Gregas). Trata-se de um livro encadernado de 1.184 páginas. O texto grego usado é o preparado e publicado por Westcott e Hort, em 1881. Abaixo deste imprime-se uma tradução literal, palavra por palavra. Na coluna ao lado, à direita de cada página, apresenta-se a moderna tradução da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, numa edição revisada. No entanto, na tradução literal, interlinear, do grego, as palavras inglesas não foram tomadas diretamente da Tradução do Novo Mundo e transferidas para debaixo das respectivas palavras gregas. Não! Mas, debaixo de cada palavra grega colocou-se o seu sentido básico, segundo a sua construção gramatical, quer concorde literalmente com a Tradução do Novo Mundo, quer não. O que nós estudantes da Bíblia devemos querer é saber o que o texto original grego diz. Apenas por determinarmos este significado básico é que podemos saber se a tradução do Novo Mundo ou qualquer outra tradução da Bíblia está certa ou não.

 Por exemplo, em Mateus 8:5, a Tradução do Novo Mundo usa a expressão “oficial do exército”, mas a tradução interlinear, sob a palavra grega, reza “centurião”, porque é este nome que o texto grego dá literalmente a este oficial do exército. Em Marcos 6:21, encontram-se as palavras “comandantes militares”, mas sob a palavra grega lê-se “quiliarcos”, significando comandantes de mil soldados, pois é este nome que a palavra grega dá literalmente a estes oficiais do exército. Em Atos 19:41, a Tradução do Novo Mundo tem a palavra “assembléia”, mas o texto interlinear diz “eclesia”, igual ao grego. Neste versículo específico não se refere a uma “igreja” ou a uma “congregação”, assim como em outros lugares. Deste modo aprendemos pormenores mais específicos.

 A Tradução Interlinear do Reino contém e preserva para nós tanto o Prefácio como o Apêndice encontrados na edição inglesa da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs, publicada no ano de 1950. Trata-se de duas particularidades bem vitais, porque A Tradução Interlinear do Reino tem notas ao pé da página que indicam ao leitor tal Prefácio e Apêndice, e também a Explicação dos Símbolos Usados nas Referências Marginais. Por exemplo, estas notas ao pé da página lhe indicam o Prefácio para que saiba por que, na Tradução do Novo Mundo, o nome divino de Jeová aparece na sua tradução das Escrituras Gregas.

 Naturalmente, o texto de Westcott e Hort não contém em si mesmo o nome Jeová ou Javé. Mas em Revelação 19:1, 3, 4, 6, o texto grego contém a palavra Hallelouiá, e debaixo desta palavra grega a tradução interlinear a traduz cada vez literalmente por “Aleluia”. Trata-se realmente duma frase hebraica que significa “Louvai a Já”, sendo que a palavra “Já” é uma abreviação de Jeová. Por isso, a Tradução do Novo Mundo, na coluna à direita, verte-a: “Louvai a Já!” Em outros lugares em que a Tradução do Novo Mundo usa o nome divino Jeová, a tradução interlinear, literal, coloca “Deus” ou “Senhor”, ou “o Senhor”, sob as palavras correspondentes do texto grego de Westcott e Hort. Mas as notas ao pé da página mostram onde traduções hebraicas das Escrituras Gregas inspiradas usaram o nome de Deus, Jeová, nestes lugares. As notas ao pé da página mostram também onde até mesmo The Emphatic Diaglott usa o nome de Jeová em diversos lugares na sua tradução moderna, mas não na interlinear.

 A palavra portuguesa “alma” é muito mal entendida, sendo que a maioria das pessoas religiosas pensa que o uso bíblico da palavra a faz significar que o homem tem uma alma imortal, invisível, no seu íntimo, que se afasta do corpo humano por ocasião da morte. Com A Tradução Interlinear do Reino pode verificar que isto não é verdade, pois a versão interlinear mostra “alma” debaixo da palavra grega psykhe’, sempre que esta ocorra. Em 1 Coríntios 2:14 e 15:44, 46, e em outra parte, encontrará na parte interlinear a forma adjetiva inglesa “soulical” (“de alma”), pois a palavra grega acima dela é psy.khy.kos’, que a Tradução do Novo Mundo verte como “físico”, não “psíquico”. Mateus 10:28 fala de a alma ou psique ser destruída, e em Revelação 16:3 fala de a alma ou psique morrer. A alma humana não é imortal.

 A Tradução Interlinear do Reino mostra claramente que o grego comum em que os discípulos de Jesus escreveram as inspiradas Escrituras Gregas não continha os artigos indefinidos “um” e “uma”. Por quê? Porque em parte alguma na tradução interlinear inglesa encontrará estes artigos indefinidos. Isto é muito importante, porque tais artigos indefinidos podem resultar numa diferença de sentido. Por exemplo, pode haver uma diferença entre “Deus” e “um deus”, não pode? Isto se dá especialmente quando o grego usa o artigo definido “o” antes do título “Deus”. Em tais casos, a versão interlinear reza “o Deus” (ou “o deus”). Mas nos casos em que a expressão grega “o Deus” se refere àquele a quem os trinitaristas chamam de “Deus Pai”, a versão interlinear das traduções produzidas por Samuel Bagster and Sons, Limited, omite o artigo definido “o”, mesmo que o artigo definido grego ocorra no texto. The Emphatic Diaglott não hesita em colocar a palavra “o” sob o artigo definido grego quando ocorre antes do título “Deus”.

Neste respeito, examinemos aqueles versículos controversos de João 1:1, 2, que os clérigos da cristandade usam para provar a sua doutrina da Trindade ou de Um só Deus em Três Pessoas, como Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Nestes versículos, o termo grego Logos significa “Palavra”. Por isso, a versão interlinear da Diaglott reza: “Em um princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e um deus era a Palavra. Este estava em um princípio com o Deus.” No entanto, na sua versão em linguagem moderna abandona o artigo “o” antes de “Deus” e coloca o título “DEUS” em letras maiúsculas. Abandona também o artigo “um” antes de “princípio” e antes de “deus”, e coloca “o” antes de “princípio” e põe “deus” com inicial maiúscula, assim, “Deus”. Deste modo, a versão moderna reza: “No Princípio era o LOGOS, e o LOGOS estava com DEUS, e o LOGOS era Deus. Este estava no Princípio com DEUS.” Portanto, apenas a espécie de tipo usado mostra a diferença entre “o Deus” e “um deus”.

 Outras traduções bíblicas abandonam todo o uso do artigo indefinido “um” e inserem o artigo definido antes da palavra “princípio”, deixando fora o artigo definido “o” antes de Deus. Por exemplo, a Versão Rei Jaime ou Autorizada, em inglês, reza: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a palavra era Deus. O mesmo estava no princípio com Deus.” João 1:1, 2.

 No entanto, na sua versão interlinear de palavra por palavra, A Tradução Interlinear do Reino reza: “Em princípio era a Palavra, e a Palavra estava para com o Deus, e deus era a Palavra. Este (mesmo) estava em princípio para com o Deus.” Esta versão literal torna evidente que o escritor, o apóstolo João, fala de duas pessoas e mostra que aquela uma que estava com a Outra é diferente desta Outra. Por isso, a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas esforça-se para mostrar esta diferença, e, com exatidão gramatical e doutrinária, reza: “No princípio [para evitar em português confusão com ‘em princípio’] era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era deus. Este estava no princípio com o Deus.” Para evitar dizer o indefinido “deus” ou “um deus”, outras traduções da Bíblia, tais como An American Translation e a do Dr. James Moffatt, dizem “divino”; e The New English Bible — New Testament diz “o que Deus era”, quer dizer, “o que Deus era, a Palavra era”. Assim, nem mesmo estas traduções da Bíblia podem ser usadas para provar a doutrina da Trindade.

Os trinitaristas não têm base para se queixar do uso de “um” antes de “deus”, como na edição inglesa da Tradução do Novo Mundo, porque todas as outras traduções bíblicas usam os artigos indefinidos “um” e “uma” centenas de vezes antes de palavras, embora não sejam encontrados em parte alguma no texto original grego. Não só isso, mas estas traduções inserem repetidas vezes o artigo definido “o” (ou “a”) antes de certas palavras onde não ocorre no grego. Tome, por exemplo, os muitos casos da palavra “espírito” ou das palavras “espírito santo”. Há casos no texto grego em que o artigo definido “o” (ou “a”) não ocorre antes destas palavras. Mas os tradutores trinitaristas alteram o sentido de sua tradução por inserirem “o” antes de “espírito” ou “espírito santo”, fazendo-o rezar “o espírito” e “o espírito santo”. Em tais casos escrevem também a palavra “Espírito” com letra inicial maiúscula, para dar ao leitor a impressão de que se refere a uma pessoa inteligente, à Terceira Pessoa de uma Trindade.

 Em tais casos, A Tradução Interlinear do Reino, na sua tradução palavra por palavra, mostra que não há ali nenhum “o”, e a Tradução do Novo Mundo não insere ali nenhum “o”, nem põe a palavra “espírito” com inicial maiúscula, mas deixa-a simplesmente “espírito” e “espírito santo”. Portanto, em Atos 6:3, os apóstolos dizem à congregação em Jerusalém: “Procurai vós mesmos, dentre vós, sete homens acreditados, cheios de espírito e de sabedoria.” Também, em Mateus 3:11, João Batista diz a respeito do vindouro Jesus Cristo: “Este vos batizará com espírito santo e com fogo.” Tal tradução do texto grego concorda com a verdade bíblica de que o espírito de Deus é a sua força ativa invisível, usada com um objetivo santo, de maneira santa.

 Foi por meio do seu espírito santo que Deus inspirou a escrita de todas as Escrituras Sagradas. Lemos em 2 Timóteo 3:16. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar.” Mas, em vez das palavras “inspirada por Deus”, a tradução interlinear, palavra por palavra, mostra que a única palavra grega usada ali significa literalmente “soprada por Deus”. Deus como que soprou sobre os homens que ele inspirou a escrever a Bíblia Sagrada.

 Lá nos dias dos apóstolos, não havia muitos exemplares manuscritos das Escrituras Sagradas disponíveis, nem se escreviam livros sobre a Bíblia ou em explicação dela. Portanto, grande parte da instrução bíblica tinha de ser dada por se lerem os versículos bíblicos em voz alta para os estudantes, dando-se explicações verbais. Por isso, lemos em Gálatas 6:6: “Além disso, todo aquele a quem estiver sendo ensinada oralmente a palavra, partilhe todas as boas coisas com aquele que lhe dá tal ensino oral.” Mas a tradução interlinear faz ressaltar o sentido básico das palavras gregas usadas a respeito do ensino oral por usar as expressões “(aquele) para quem se faz ressoar para baixo” e “(aquele) quem faz ressoar para baixo”. Isto demonstra vividamente que o som da voz do instrutor penetrava nos ouvidos do seu estudante da Bíblia. Tornava o curso de instrução um de ensino oral.

PROTEÇÃO CONTRA O ERRO

 Poderíamos mencionar aqui muitos outros casos para demonstrar como A Tradução Interlinear do Reino das Escrituras Gregas, em inglês, salienta o significado exato na sua tradução de palavra por palavra debaixo do texto grego. Os estudantes da Bíblia que possuem a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs em alemão, espanhol, francês, holandês, italiano e português, além do inglês, são os que especialmente poderão avaliar estes pontos. Poderão avaliar de que modo a Tradução do Novo Mundo se esforça a verter a Palavra de Deus, conforme existe no original grego, nestas línguas com “palavras corretas de verdade” em cada idioma. Não se faz nenhuma afirmação de inspiração divina para estas traduções em língua moderna. Os tradutores tiveram de fazer o que até mesmo o inspirado escritor bíblico, “o congregante”, o Rei Salomão, teve de fazer, isto é, procurar “achar palavras deleitosas e a escrita de palavras corretas de verdade”. (Ecl. 12:10) No entanto, em toda esta pesquisa confiaram na orientação, não na inspiração, do espírito santo de Deus. Salomão, deveras, escreveu seus livros na Bíblia com “palavras deleitosas”. Os tradutores procuraram imitá-lo.

 Por causa de sua pesquisa do significado literal da língua original da Bíblia, A Tradução Interlinear do Reino pode servir como proteção contra o erro nestes dias em que muitos líderes religiosos ensinam coisas deturpadas, deturpando até mesmo a Palavra escrita de Deus. Há clérigos religiosos da cristandade que se apresentam e procuram impressionar os sinceros estudantes da Bíblia por afirmarem que conhecem a língua original da Bíblia e por isso sabem o que ela realmente diz. O estudante, porém, por recorrer à Tradução Interlinear do Reino das Escrituras Gregos, pode recorrer ao texto bíblico original e consultar a tradução literal, interlinear, desta língua. Pode assim verificar se aquilo que estes clérigos prepotentes dizem é verdade ou não. Deste modo, pode-se ajudar o estudante a apresentar argumentos de defesa e a proteger-se contra ser desencaminhado da verdade bíblica.

 Embora sejam os que sabem ler o inglês que tiram o máximo proveito da Tradução Interlinear do Reino, de modo direto, esta nova ajuda bíblica será usada pelos seus proprietários, a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, na preparação de suas revistas, de seus livros, folhetos e de outras publicações. Deste modo, os que não sabem ler o inglês obterão indiretamente o proveito dela nos idiomas em que se publica a literatura da Sociedade. Portanto, todos os amantes da Palavra de Deus podem agradecer a Ele esta nova ajuda para o estudo da Bíblia.

Sabeis primeiramente isto, que nenhuma profecia da Escritura procede de qualquer interpretação particular. Porque a profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo.  2 Ped. 1:20, 21

Notas

A Poliglota de Antuérpia foi precedida, em 1514-1517, pela Bíblia Poliglota Complutensiana, produzida pelo Cardeal Francisco Ximenes de Cisneros, na Espanha, e publicada em 1522.

O cabeçalho em latim acima desta parte usa a palavra “interlinear” e reza: “TEXTO HEBRAICO, com a versão interlinear de Sanctes Pagninus, contrabalançada com a frase hebraica por Ben. Arias Montanus e outros.”

Acima desta parte há o cabeçalho em latim que reza: “Texto grego do Novo Testamento da edição de Robert Stephanus, com a versão INTERLINEAR, elaborada por Benedito Arias Montanus Hispalensis, segundo o sentido da língua grega.”

No que se refere a uma versão comparativa grega-alemã, o Dr. Eberhard Nestle publicou o seu Novum Testamentum Graece et Germanice no ano 1898. Segundo o frontispício, esta obra apresenta O Novo Testamento em grego e em alemão, conforme editado por Eberhard Nestle - O Texto Grego com variantes e Manuscritos e Edições - O Texto Alemão segundo a nova edição revisada da tradução de Lutero, comparada com a última edição de Lutero em 1545. Nesta obra, cada página do texto grego tem ao lado, na página oposta, a tradução alemã.

Em 1903, A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira publicou a Bíblia hebraica inteira, com o texto hebraico na coluna de fora, de cada página, e o texto bíblico da Versão do Rei Jaime ou Autorizada na coluna interna, ao lado. Mas esta, naturalmente, não era uma tradução interlinear.